Preço do gás na Europa atinge nível mais alto em um ano
Os preços do gás natural na Europa Ocidental subiram nesta quinta-feira, após a estatal austríaca de energia OMV alertar sobre uma possível interrupção no fornecimento por parte da Rússia.
Os contratos futuros do TTF, o principal ponto de referência do gás natural na Europa, chegaram a subir 5%, atingindo 46 euros (cerca de US$ 48) por megawatt-hora nas primeiras negociações em Amsterdã, antes de recuarem um pouco ao final do dia.
Este foi o maior nível registrado desde dezembro de 2023.
A alta nos preços começou depois que a OMV, uma das maiores comercializadoras de gás do continente, alertou na quarta-feira sobre uma possível interrupção no fornecimento de gás russo devido a uma disputa legal com a Gazprom, maior empresa estatal de energia da Rússia.
A OMV já havia relatado problemas com suprimentos "irregulares" da Gazprom para a Alemanha antes do corte total das entregas em setembro de 2022, o que levou a empresa austríaca a processar a subsidiária Gazprom Export.
Na quarta-feira, a OMV anunciou que venceu a ação judicial e recebeu 230 milhões de euros (cerca de R$ 1,4 bilhão) em indenizações.
A empresa afirmou que planeja "compensar" esse valor retendo os pagamentos mensais previstos em contrato com a Gazprom.
No entanto, a OMV alertou que essa decisão pode levar a uma "deterioração da relação contratual" com a Gazprom, o que poderia resultar em uma "possível interrupção do fornecimento de gás".
A empresa, entretanto, garantiu que poderá manter o abastecimento aos seus clientes utilizando seus estoques, caso o fornecimento por parte da Rússia seja interrompido.
O contrato de longo prazo da OMV com a Gazprom para fornecimento de gás tem validade até 2040.
Embora o governo austríaco tenha expressado a intenção de reduzir a dependência histórica do gás russo, ainda não conseguiu encontrar fornecedores alternativos viáveis, já que as importações de outros países têm custo muito mais elevado.
Apesar do cenário geopolítico, as importações de gás russo pela Áustria voltaram no ano passado aos níveis registrados antes do início do conflito na Ucrânia.