O vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, lamentou a decisão do governo de Javier Milei de retirar a delegação argentina da conferência da ONU sobre mudanças climáticas COP29, que acontece desde segunda-feira em Baku, capital do Azerbaijão.
Durante a cúpula, Alckmin classificou a administração de Milei como "negacionista" em relação às questões climáticas.
"Lamentamos sua saída, pois o negacionismo das mudanças climáticas é muito ruim", afirmou Alckmin à imprensa, de acordo com o La Nación.
O vice-presidente brasileiro ressaltou a importância em participar desses eventos.
"A ciência é para ajudar a humanidade, para que as pessoas possam viver melhor, ter uma qualidade de vida melhor. E está nítida a questão das mudanças climáticas, a sua repercussão inclusive na economia. Acabamos de ouvir agora que ela pode derrubar o PIB", acrescentou, segundo a Folha de S.Paulo.
No entanto, Alckmin deixou claro que esse episódio não afetará as relações entre Brasil e Argentina. "Não vai mudar as relações de Estado, que não são pessoais", afirmou.
A ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas do Brasil, Marina Silva, também comentou a decisão da Argentina, destacando que ela tem "um impacto político e simbólico" e que "vai contra as exigências que o mundo está fazendo" para combater as mudanças climáticas.
Ordem de retirada
Na quarta-feira, foi revelado que funcionários do Ministério das Relações Exteriores e do Ministério do Meio Ambiente, Turismo e Esportes, presentes na cúpula, receberam ordens do governo argentino para se retirarem do evento.
"A instrução do Ministério das Relações Exteriores é que os técnicos retornem", informaram fontes do ministério à imprensa argentina.