Manifestantes queimaram bandeiras dos Estados Unidos, na quinta-feira (14), em protesto contra a presidente Dina Boluarte e a realização do fórum da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC) em Lima, capital do Peru, informou a AP.
A manifestação coincidiu com a chegada de líderes internacionais, como o presidente dos EUA,Joe Biden, e o presidente da China, Xi Jinping.
Vídeos divulgados nas redes sociais mostram ativistas queimando bandeiras norte-americanas enquanto gritavam slogans como "Fora, ianques imperialistas".
Faixas com frases como "Saqueadores de lixo da APEC para fora" e "Cúmplices da APEC para a ditadura" evidenciaram o descontentamento com as relações econômicas do Peru com as grandes potências.
Os manifestantes alegam que essas alianças favorecem as elites e aumentam a desigualdade e o crime no país.
"Estamos sendo extorquidos todos os dias, estamos cansados disso", disse a manifestante Madeleine Rojas à AFP. "O Peru não tem uma boa imagem internacional, é por isso que estamos aqui."
As manifestações começaram após uma greve de trabalhadores do setor de transportes que pediam medidas mais rigorosas contra o crime organizado.
A Confederação Geral dos Trabalhadores do Peru, o maior central sindical do país, também aderiu à greve, ampliando os pedidos por políticas de segurança pública mais eficazes.
Walter Carrera, presidente da Associação Nacional de Transportadores (Asotrani), alertou sobre a crise crescente no país. "Queremos que a comunidade internacional saiba que estão nos matando. Não há uma política clara contra o crime organizado e a insegurança pública", afirmou.
Os manifestantes tentaram marchar até o Centro de Convenções de Lima, onde ocorriam as reuniões da APEC, mas foram impedidos por um grande efetivo policial. Houve confrontos quando a polícia bloqueou a aproximação ao local.
As autoridades enviaram 13 mil policiais para garantir a segurança do evento.
Críticos do governo de Boluarte afirmaram que os protestos de quinta-feira foram uma tentativa de chamar a atenção internacional. "Queremos que líderes como Biden e Xi saibam o que realmente está acontecendo aqui", disse um manifestante.
Apesar dos distúrbios, o governo peruano garantiu que a cúpula da APEC seguiria conforme o planejado.