Uma jovem dos Países Baixos decidiu ser submetida à eutanásia, mas pouco antes do início do procedimento ela mudou de ideia, informou o Daily Mail na quarta-feria.
Refletindo sobre sua jornada, ela disse à agência neerlandesa NRC: "Por ter estado tão perto da morte, vejo a vida como algo valioso. Nem sempre tudo vai correr bem, mas agora sei que há luz no fim do túnel".
Romy, uma jovem de 22 anos que padecia de depressão clínica, distúrbios alimentares e anorexia após sofrer abusos na infância, começou a defender seu direito de morrer quando completou 18 anos.
A eutanásia estava marcada para junho, e a jovem já se encontrava deitada em uma cama de hospital, quando, ao ser questionada por uma enfermeira se tinha certeza de sua decisão, recusou-se de repente e passou a chorar.
No país, a eutanásia é permitida desde 2001, mas apenas para pacientes sem perspectiva de recuperação e que solicitem voluntariamente o procedimento.
O professor Kevin Yuill, do grupo Humanistas contra o Suicídio Assistido e a Eutanásia (HAASE), argumentou que o caso destaca a necessidade de melhores cuidados, não da eutanásia.
"Mais de 60 pessoas - a maioria mulheres jovens - receberam morte assistida devido à anorexia em todo o mundo, incluindo os Estados Unidos", afirmou Yuill, citado pelo The Times.
Eutanásia e suicídio assistido
Outros países que legalizaram o suicídio assistido incluem Suíça, Bélgica, Canadá e algumas regiões dos Estados Unidos.
No Brasil, o suicídio assistido é proibido pelo Código Penal, com penas que podem chegar a seis anos, enquanto a eutanásia é considerada homicídio. Contudo, o debate sobre a regulamentação continua a crescer.
A diferença entre os dois conceitos está na forma como são realizados. A eutanásia envolve profissionais de saúde que, a pedido do paciente e sob condições específicas, administram uma injeção letal.
Já o suicídio assistido ocorre quando o paciente, com plena capacidade mental, solicita e administra a substância que causará sua morte.