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Presidente da Itália exige que Elon Musk respeite soberania do país

"Qualquer pessoa, especialmente se está prestes a assumir um papel importante em um governo de um país amigo e aliado, deve respeitar a soberania alheia e não se arrogar o direito de emitir diretrizes", disse Mattarella.
Presidente da Itália exige que Elon Musk respeite soberania do paísGettyimages.ru / Andrew Harnik

O presidente da Itália, Sergio Mattarella, criticou o empresário Elon Musk por seus comentários sobre decisões judiciais italianas e pediu que ele não interferisse nos assuntos internos do país, informou a agência AP na quinta-feira.

As declarações do presidente vieram após Musk, em sua conta no X, afirmar que os juízes italianos que bloquearam uma iniciativa anti-imigração do governo da primeira-ministra Giorgia Meloni deveriam ser removidos.

O caso envolvia um tribunal em Roma, que se recusou a aprovar a detenção de sete migrantes resgatados no mar e enviados à Albânia para julgamento. Com isso, os migrantes foram transferidos para a Itália, onde serão processados.

"Esses juízes precisam sair", escreveu Musk. Em outra postagem, ele classificou o episódio como "inaceitável" e questionou: "Os italianos estão vivendo em uma democracia ou é uma autocracia não eleita que dando as ordens?"

Respeito à soberania

Em resposta, Mattarella, sem citar diretamente o nome de Musk, defendeu o respeito à soberania italiana. "A Itália é um grande país democrático e sabe como cuidar de si mesma, respeitando sua constituição", declarou em comunicado oficial por meio de seu porta-voz.

"Qualquer pessoa, especialmente se, como foi anunciado, está prestes a assumir um papel importante em um governo de um país amigo e aliado, deve respeitar a soberania alheia e não se arrogar o direito de emitir diretrizes", disse Mattarella, em alusão a Musk, que assumirá um cargo no futuro governo de Donald Trump.

Na terça-feira, o presidente eleito dos Estados Unidos anunciou que Elon Musk e Vivek Ramaswamy vão liderar o novo Departamento de Eficiência Governamental, cuja missão será reduzir gastos públicos e implementar mudanças na "burocracia federal".