Cientistas russos criam substância que pode combater câncer incurável

Segundo a pesquisa, o tratamento proporcionado com base nessa substância será muito menos perigoso para os pacientes do que os análogos já existentes.

Cientistas russos da Universidade Federal dos Urais (UrFU) sintetizaram uma substância com efeito antitumoral que pode auxiliar no tratamento do glioblastoma, um tumor maligno agressivo do sistema nervoso central. A pesquisa foi publicada na BioMetals.

De acordo com o estudo, o tratamento com a nova substância pode ser significativamente menos agressivo para os pacientes do que os tratamentos já existentes.

"Até o momento, o glioblastoma não tem cura. A expectativa de vida média para os pacientes com esse tumor é de 15 meses. Menos de 5% dos pacientes sobrevivem mais de cinco anos após o diagnóstico", explica Vsevolod Melekhin, chefe do Laboratório de Biotriagem Primária de Tecnologias de Células e Genes da UrFU à agência de notícias RIA Novosti.

Atualmente, o tratamento do glioblastoma é feito com compostos à base de platina, como cisplatina, carboplatina e oxaliplatina, que são tóxicos e provocam efeitos colaterais graves nos pacientes.

Porém, a nova substância desenvolvida pelos cientistas da UrFU, em colaboração com a Universidade Estatal de Medicina dos Urais, é componente antitumoral que, embora tenha semelhanças estruturais com a cisplatina, age de maneira diferente tornando-o menos tóxico e mais eficaz nos casos em que outros tratamentos falharam.

No futuro, os pesquisadores planejam realizar testes pré-clínicos da substância em organismos vivos para comprovar seu efeito, que, segundo Melekhin, tem boas perspectivas.