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Organizações brasileiras discutem racismo ambiental na COP29

Os residentes de favelas e periferias se tornam vítimas de tragédias ambientais com 15 vezes maior frequência do que os moradores das otras áreas.
Organizações brasileiras discutem racismo ambiental na COP29Cadu Gomes / VPR

Organizações de mulheres negras do Brasil focam no combate ao racismo ambiental durante a 29ª Conferência da ONU sobre Mudança Climática, realizada no Azerbaijão, informou a Folha de S.Paulo nesta quarta-feira.

O evento, que discute o financiamento de alternativas limpas aos combustíveis fósseis, teve início em Baku e segue por duas semanas.

“É crucial reconhecer as desigualdades sociais que atingem as populações periféricas, afrodescendentes e indígenas,” afirmou Luciana Souza, representante da Rede Vozes Negras pelo Clima na COP29.

Luciana foi uma das atingidas pelo desastre de Mariana, tragédia ambiental de 2015 que, segundo a Universidade Federal de Juiz de Fora, afetou desproporcionalmente pessoas negras.

O Brasil apresentou na COP29 iniciativas voltadas à mitigação climática, com destaque para o Plano de Transformação Ecológica (PTE) e o Plano Clima, que visam conservar e restaurar áreas florestais.

Racismo ambiental

O termo ganhou força no Brasil em 2024, quando a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, usou a expressão ao tratar das enchentes que devastaram áreas do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense.

O racismo ambiental reflete o impacto desigual que questões ambientais e climáticas impõem a comunidades negras e indígenas.

Segundo relatório de 2022 do IPCC, moradores de favelas e periferias são 15 vezes mais propensos a sofrer com tragédias ambientais do que quem vive em áreas centrais.