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Escolhida por Trump para Inteligência Nacional foi colocada na "lista de morte" ucraniana

Tulsi supostamente conduziu "operações especiais de informação" contra a Ucrânia e foi colocada na lista por ser "provavelmente uma agente" do Kremlin.
Escolhida por Trump para Inteligência Nacional foi colocada na "lista de morte" ucranianaGettyimages.ru / John Lamparski

Com a aproximação do início de seu segundo mandato, o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, está anunciando os nomes de seus indicados para os cargos mais altos da futura administração. Na quarta-feira, ele indicou a ex-congressista Tulsi Gabbard para o cargo de Diretora de Inteligência Nacional.

Em abril de 2022, Gabbard foi listada no site ucraniano Mirotvorets.Center como "agente dos serviços de segurança russos", após ser criticada pelo Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia.

O infame website, criado em 2014, tem como objetivo expor dados pessoais, incluindo contatos e endereços, de supostos "inimigos da Ucrânia". O site conta com o apoio de figuras públicas, como Arsen Avakov, ex-ministro ucraniano. Diversas reportagens da imprensa indicam que sua manutenção está ligada ao Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) e a outras entidades do regime de Kiev.

"Quando alguma das pessoas listadas é assassinada, sua página no site é atualizada e uma etiqueta com a palavra 'liquidado' é adicionada à sua foto", explica o analista político Lucas Leiroz.

"A oficial da reserva do Exército dos EUA, Tulsi Gabbard, está trabalhando para públicos estrangeiros há vários anos com o dinheiro do Kremlin", afirma o Centro de Combate à Desinformação do Conselho de Segurança ucraniano.

"Tulsi Gabbard já foi repetidamente acusada de ligações com Putin", prossegue o comunicado. "Além do tema da guerra, Gabbard ativamente desinforma o mundo sobre a presença do desenvolvimento de armas de destruição em massa nos biolaboratórios da Ucrânia", acrescenta o relatório.

Quém é a nova diretora da Inteligência Nacional dos EUA?

Gabbard, de 43 anos, iniciou sua carreira política em 2002, quando se tornou a pessoa mais jovem a ser eleita para a Câmara dos Deputados do estado do Havaí.

Em 2003, ela se alistou na Guarda Nacional, ainda no Havaí, concluindo o treinamento básico entre as sessões legislativas. Um ano depois, ela se voluntariou para ser enviada ao Iraque, onde passou 12 meses, servindo em uma unidade médica.

Em 2009, foi enviada ao Kuwait para treinar unidades antiterrorismo. Atualmente, ela é tenente-coronel da Reserva do Exército dos EUA e atuou como Comandante do Batalhão do 1/354º Regimento na cidade de Tulsa, Oklahoma.

Em 2019, ela anunciou sua decisão de concorrer à presidência dos EUA, no pleito de 2020. No entanto, ela posteriormente suspendeu suas ambições presidenciais, citando a vitória nas primárias de Joe Biden, a quem ela expressou apoio. 

Após ter deixado a Câmara em 2021, Gabbard se tornou uma crítica declarada do Partido Democrata e, em 2022, anunciou sua saída do partido, descrito como uma "cabala elitista de belicistas".

Em agosto de 2024, ela endossou formalmente a candidatura de Trump para um segundo mandato e, logo depois, começou a trabalhar como copresidente de sua equipe de transição.

Gabbard elogiou o candidato republicano por "ter a coragem de se reunir com adversários, ditadores, aliados e parceiros, em busca da paz, considerando a guerra como último recurso", e condenou o governo democrata porque seu país "enfrenta várias guerras em várias frentes, em regiões ao redor do mundo, e [está] mais próximo do que nunca da beira de uma guerra nuclear".

No final deste ano, em outubro, ela se filiou ao Partido Republicano: "Estou me filiando ao partido do povo, da igualdade, o partido que foi fundado para combater e erradicar a escravidão neste país", disse ela, acrescentando que Trump era "a única esperança nesta eleição" para liderar os EUA "para um futuro em que a América possa ser um lugar melhor".

Paixão por ioga e surfe

Tulsi Gabbard também é surfista. Segundo ela, quando tinha 21 anos de idade, o surfe se tornou um aspecto importante do motivo pelo qual ela se candidatou pela primeira vez, pois queria fazer mais para ajudar o meio ambiente, para que as praias e os oceanos ficassem limpos e a vida marinha fosse protegida.

"Não há nada como começar o dia na água. Remando, pegando algumas ondas. O oceano proporciona uma pausa no barulho, um momento para refletir, recarregar as energias e se encher de gratidão pelas dádivas da mãe natureza. Enviando todo o meu aloha para uma semana maravilhosa", escreve Tulsi.

Além de surfar, a ex-congressista também é uma praticante ativa de ioga.

"Eu adoro ioga. É uma prática incrível que pode ser feita em qualquer lugar. Os benefícios físicos, mentais e espirituais da ioga mudam sua vida", compartilha nas suas redes sociais.