Os congressistas que se opuserem à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com escala 6x1 estariam certos, mas dando "um tiro no [próprio] pé", afirmou Jair Bolsonaro, comparando a questão à "areia movediça".
"Este tema é uma areia movediça. Que tal colocar na PEC R$ 10 mil de salário-mínimo?", opinou o ex-presidente, citado pelo jornal O Globo na quarta-feira. Ele acredita que os efeitos da PEC seriam prejudiciais à economia, mas afirma que "veneno se combate com peçonha" e que o Governo Federal, que tem evitado se envolver no assunto, deveria ser induzido a se pronunciar.
"Vamos provocar o chefe do Executivo? Ele tem que se pronunciar, a PEC tem que ser dele. Eles mentem que alguém trabalhará 4 vezes por semana. Joga o abacaxi pra ele resolver".
"Quem está contra a PEC 6x1 está com razão, mas está dando um tiro no pé", declarou o político, acrescentando que o PT "está jogando empregados contra patrões".
Proposta para abolir a jornada 6×1
O artigo 7º da Constituição Federal brasileira estabelece que a jornada de trabalho não pode exceder oito horas diárias e 44 horas semanais. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) propõe uma carga de 36 horas trabalhadas por semana, mantendo o limite diário de oito horas, sem implicar redução salarial. Essas alterações possibilitam a implementação do modelo de quatro dias de trabalho no país.
A proposta foi elaborada pela deputada federal Erika Hilton (Psol-SP), e obteve as 171 assinaturas necessárias para que pudesse ser analisada.
Hilton tem promovido a ideia de alterar a escala de trabalho para oferecer mais dias de folga nas suas redes sociais, defendendo que a jornada atual é "desumana".
"A escala 6x1 é uma prisão, e é incompatível com a dignidade do trabalhador", escreveu em sua conta do X, observando que tal horário priva trabalhadores de direito de passar tempo com familiares, cuidar de si mesmos e melhorar suas vidas.