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Se opor à PEC que acaba com escala 6x1 é "um tiro no pé", afirma Bolsonaro

O ex-presidente acredita que o fim da escala 6x1 traria prejuízos à economia, mas defende que o "abacaxi" deve ser jogado contra o governo Lula.
Se opor à PEC que acaba com escala 6x1 é "um tiro no pé", afirma BolsonaroGettyimages.ru / Pedro H. Tesch

Os congressistas que se opuserem à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com escala 6x1 estariam certos, mas dando "um tiro no [próprio] pé", afirmou Jair Bolsonaro, comparando a questão à "areia movediça". 

"Este tema é uma areia movediça. Que tal colocar na PEC R$ 10 mil de salário-mínimo?", opinou o ex-presidente, citado pelo jornal O Globo na quarta-feira. Ele acredita que os efeitos da PEC seriam prejudiciais à economia, mas afirma que "veneno se combate com peçonha" e que o Governo Federal, que tem evitado se envolver no assunto, deveria ser induzido a se pronunciar. 

"Vamos provocar o chefe do Executivo? Ele tem que se pronunciar, a PEC tem que ser dele. Eles mentem que alguém trabalhará 4 vezes por semana. Joga o abacaxi pra ele resolver".

"Quem está contra a PEC 6x1 está com razão, mas está dando um tiro no pé", declarou o político, acrescentando que o PT "está jogando empregados contra patrões". 

Proposta para abolir a jornada 6×1

O artigo 7º da Constituição Federal brasileira estabelece que a jornada de trabalho não pode exceder oito horas diárias e 44 horas semanais. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) propõe uma carga de 36 horas trabalhadas por semana, mantendo o limite diário de oito horas, sem implicar redução salarial. Essas alterações possibilitam a implementação do modelo de quatro dias de trabalho no país. 

A proposta foi elaborada pela deputada federal Erika Hilton (Psol-SP), e obteve as 171 assinaturas necessárias para que pudesse ser analisada.

Hilton tem promovido a ideia de alterar a escala de trabalho para oferecer mais dias de folga nas suas redes sociais, defendendo que a jornada atual é "desumana".

"A escala 6x1 é uma prisão, e é incompatível com a dignidade do trabalhador", escreveu em sua conta do X, observando que tal horário priva trabalhadores de direito de passar tempo com familiares, cuidar de si mesmos e melhorar suas vidas.