Promotores franceses pediram, na quarta-feira, a condenação de Marine Le Pen, ex-líder do partido Rassemblement National, a dois anos de prisão, além de uma proibição de cinco anos de concorrer a cargos públicos, em um caso de fraude, informou a AP.
O partido Rassemblement National e 25 de seus membros, incluindo Le Pen, são acusados de usar recursos destinados a assistentes parlamentares da União Europeia para pagar funcionários que trabalhavam no partido entre 2004 e 2016, violando as regras do bloco. Segundo os promotores, os assistentes atuavam exclusivamente para o partido, fora do Parlamento Europeu.
Durante o processo em Paris, os promotores argumentaram que Le Pen deveria receber a pena mais severa, por ser membro do Parlamento Europeu e líder do Rassemblement National na época das infrações.
Os promotores também pediram que Le Pen fosse multada em 300 mil euros (cerca de R$ 1,8 milhão) e cumprisse uma pena suspensa de três anos. Além disso, sugeriram que a inelegibilidade fosse aplicada imediatamente, independentemente de recurso.
A promotoria solicitou ainda que todos os outros réus sejam considerados culpados, com penas de até um ano de prisão e uma multa de 2 milhões de euros (aproximadamente R$ 12 milhões) para o partido.
O julgamento deve ser encerrado em 27 de novembro, com a sentença anunciada em seguida. Os advogados de defesa de Le Pen irão se manifestar nas próximas semanas.
"Não é nenhuma surpresa"
"Isso não é nenhuma surpresa", disse Marine Le Pen aos repórteres. "As acusações dos promotores são extremamente escandalosas", afirmou. Ela acredita que o objetivo dos promotores é impedi-la de concorrer à presidência em 2027. "Eu entendi bem isso", completou.
Le Pen também criticou o pedido da promotoria, chamando-o de "ultrajante" e acusando os promotores de tentar "destruir o partido", de acordo com o Le Monde. "Acho que o objetivo dos promotores é privar os franceses de votar em quem desejarem", finalizou.