Terapia celular alcança remissão completa de câncer cerebral incurável
Uma nova pesquisa realizada por cientistas da Universidade de Stanford, nos EUA, mostrou que a terapia celular alcançou a remissão completa de um tumor cerebral, geralmente considerado incurável, em um paciente de 17 anos.
Segundo um relatório divulgado na quarta-feira pela Stanford Medicine, os pesquisadores testaram o método em 11 participantes que enfrentavam diversos tipos de tumores no cérebro e na medula espinhal.
Nove deles apresentaram melhora funcional nas deficiências causadas pela doença, enquanto quatro também apresentaram uma redução de mais de 50% no volume do tumor. Apenas um teve uma resposta completamente satisfatória. Embora os especialistas digam que é muito cedo para considerá-lo curado, o jovem ainda está saudável quatro anos após o diagnóstico.
"Embora ainda haja um longo caminho a percorrer para descobrir como otimizar o tratamento para cada indivíduo, é muito animador que um paciente tenha tido uma resposta completa. Tenho esperança de que ele tenha sido curado", disse Michelle Monje, principal autora do estudo publicado na quarta-feira na revista Nature.
A terapia usa células chamadas células CAR-T, que são removidas do corpo do paciente e modificadas em laboratório para que, quando reintroduzidas no corpo, ataquem as células cancerígenas.
"Trata-se de uma doença mortal"
Geralmente, as pessoas com esse tipo de tumores têm um tempo médio de sobrevivência de cerca de um ano, nos casos relatados nos EUA. Como as células malignas se combinam com as saudáveis dentro das principais estruturas neurológicas, elas não podem ser removidas cirurgicamente.
Por outro lado, a quimioterapia oferece apenas alívio temporário e não há medicamentos eficazes contra eles. À medida que progridem, os tumores cerebrais podem causar perda da capacidade de andar, sorrir, engolir, ouvir e falar, entre outros sintomas.
"Trata-se de uma doença universalmente mortal, para a qual descobrimos uma terapia que pode causar regressão significativa do tumor e melhoras clínicas", disse Monje.