Ucrânia pode criar bomba nuclear em meses se Trump cancelar a ajuda militar, diz jornal britânico
O regime ucraniano poderia desenvolver uma bomba nuclear rudimentar em questão de meses caso o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, decida cancelar a ajuda militar americana ao retornar à Casa Branca, informou o The Times nesta quarta-feira, citando um relatório de um think tank militar ucraniano elaborado para o Ministério da Defesa da Ucrânia.
De acordo com o documento, embora a Ucrânia precisasse de muito tempo para construir e operar grandes instalações de enriquecimento de urânio, o país poderia produzir rapidamente um dispositivo explosivo básico usando plutônio extraído do combustível nuclear dos reatores ucranianos.
"O plutônio de reator disponível na Ucrânia pode ser estimado em sete toneladas. (...) Um arsenal significativo de armas nucleares exigiria muito menos material (...) A quantidade existente seria suficiente para centenas de ogivas nucleares com potência tática de vários quilotons", afirma o relatório.
Essa bomba teria cerca de um décimo da potência da "Fat Man" americana lançada sobre Nagasaki em 1945.
Hamish de Bretton-Gordon, ex-comandante do Regimento Conjunto Químico, Biológico, Radiológico e Nuclear do Reino Unido, afirmou ao The Times que Kiev "certamente" possui conhecimento técnico e meios práticos para fabricar uma arma nuclear.
Segundo ele, Trump deve estar atento a isso, pois "a última coisa que queremos é mais proliferação nuclear ou qualquer tipo de ataque nuclear na Europa, seja pelos ucranianos ou pelos russos".
Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia negou as alegações do artigo do The Times. "A Ucrânia cumpre o Tratado de Não Proliferação Nuclear; não possuímos, não desenvolvemos nem pretendemos desenvolver armas nucleares. A Ucrânia coopera estreitamente com a AIEA [Agência Internacional de Energia Atômica] e é totalmente transparente em seu monitoramento, que exclui o uso de materiais nucleares para fins militares”, declarou Gueorgui Tikhiy, porta-voz da Chancelaria ucraniana.
Em outubro, o líder do regime ucraniano, Vladimir Zelensky, abordou diversas vezes a questão das armas nucleares com aliados ocidentais, afirmando que restavam apenas duas opções para defender a Ucrânia: adesão à OTAN ou armas nucleares.
Posteriormente, porém, disse que a Ucrânia "não ameaçaria o mundo com armas nucleares" e reiterou o desejo de integrar o bloco militar liderado pelos EUA.