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Japão veta reator nuclear pela primeira vez desde o desastre de Fukushima

A Autoridade de Regulamentação Nuclear do Japão rejeitou a reativação do reator Tsuruga 2 por não atender aos padrões de segurança estabelecidos após o acidente de Fukushima.
Japão veta reator nuclear pela primeira vez desde o desastre de FukushimaGettyimages.ru / Buddhika Weerasinghe

A Autoridade de Regulamentação Nuclear do Japão (NRA) anunciou, na quarta-feira, que o reator Tsuruga 2, localizado na ilha ocidental de Honshu, não pode ser reativado, pois não atende aos padrões de segurança estabelecidos após o acidente nuclear de Fukushima, em 2011.

A agência notificou oficialmente que o reator é "inadequado", pois sua operadora, a Japan Atomic Power, não abordou os riscos associados a falhas geológicas ativas próximas à instalação.

O foco da análise da NRA no Tsuruga 2 foi uma falha tectônica, chamada K, localizada a cerca de 300 metros ao norte do reator.

A falha poderia se deslocar no futuro, caso estivesse conectada a outra falha abaixo do edifício. A agência concluiu que não era possível descartar essa possibilidade, o que levou à conclusão de que o reator não cumpre os novos padrões de segurança estabelecidos em 2013.

Desde sua criação em 2012, essa foi a primeira rejeição decidida pela NRA em relação à avaliação de um reator.

"Chegamos à nossa conclusão com base em uma análise muito rigorosa", afirmou o presidente da NRA, Shinsuke Yamanaka.

Ele explicou que as revisões de segurança começaram em 2015, mas enfrentaram várias interrupções devido à ocultação de dados e a erros cometidos pela operadora, classificando o caso como "anômalo" e exigindo que a empresa tratasse o resultado com seriedade.

Yamanaka também esclareceu que a NRA não ordenou o desmantelamento imediato do reator, pois ele não está em operação e seu combustível é resfriado de forma segura, não representando perigo caso seja danificado pelo movimento das falhas.

Por fim, ele destacou que, caso a empresa decida solicitar novamente a reativação do reator, que está fora de operação desde 2011, ela terá que abordar as questões relacionadas às falhas, fornecer evidências científicas sobre seu status e tomar as medidas de segurança necessárias para toda a usina.