Tribunal mantém sentença de 6 anos de prisão contra Cristina Fernandez
A Câmara Federal de Cassação da Argentina confirmou, nesta quarta-feira, a sentença de seis anos de prisão contra Cristina Fernández de Kirchner, ex-presidente da Argentina, por crimes de corrupção.
Essa é a segunda decisão de instância enfrentada pela ex-presidente, que agora só tem a alternativa de apelar à Suprema Corte de Justiça para tentar reverter uma condenação histórica que prevê a proibição vitalícia de ocupar cargos públicos.
"A 'Causa Vialidad' começou como um show e terminará da mesma forma. (...) Não havia uma única prova contra mim", afirmou Fernández de Kirchner no dia anterior, prevendo que o tribunal rejeitaria seu pedido para anular a condenação.
Os juízes Gustavo Hornos, Mariano Borinsky e Diego Barroetaveña divulgaram sua decisão em um clima de forte expectativa política, já que Kirchner acaba de retornar ao primeiro plano da política nacional após ser nomeada presidente do partido Justicialista (Peronista), oficializando seu papel como a principal líder da oposição ao presidente Javier Milei.
A ex-presidente foi condenada em 6 de dezembro de 2022, ao final de um julgamento que durou três anos e meio, que envolveu 13 réus, mais de 100 testemunhas e vários escândalos e alegações de parcialidade dos juristas.
Ao longo do julgamento, os promotores pediram uma pena de 12 anos, mas os juízes consideraram que metade era suficiente, pois a absolveram do crime de "associação ilícita" e só a consideraram culpada de "administração fraudulenta em detrimento da administração pública".
Tudo isso ocorreu no contexto do que a imprensa chamou de "Causa Vialidad", no qual Fernández de Kirchner foi acusada de ter chefiado uma associação ilícita que, durante seus dois governos (2007-2015) e o de seu falecido marido e antecessor, Néstor Kirchner (2003-2007), teria favorecido o empresário Lázaro Báez, amigo e sócio do casal, com milhões em fundos de obras públicas.