Reino Unido deve enviar tropas para Ucrânia se Trump retirar apoio a Kiev, defende Boris Johnson
O Reino Unido deveria enviar tropas para a Ucrânia caso o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, decida cortar o financiamento ao regime de Kiev, defendeu o ex-primeiro-ministro britânico Boris Johnson.
Em entrevista à GB News nesta terça-feira, Johnson argumentou que a falta de apoio à Ucrânia custaria muito mais para Londres no futuro. "Por que apoiamos os ucranianos? Porque, se não fizermos isso, nossa segurança coletiva seria realmente degradada por uma Rússia ressurgente, que ameaçaria toda a Europa", afirmou.
O político britânico advertiu que tal cenário obrigara o Reino Unido a enviar tropas. "Teremos que pagar para enviar tropas britânicas para ajudar a defender a Ucrânia", disse, destacando que uma derrota ucraniana afetaria a segurança não só na Europa, mas também em outras regiões, como a Ásia.
Johnson também observou que "Trump tem muitas vozes diferentes em seus ouvidos", indicando que "há uma frente dentro do Partido Republicano" que adota a "linha errada em relação à Ucrânia".
Enquanto o atual presidente dos EUA, Joe Biden, apressa-se para enviar ajuda à Ucrânia, Trump tem afirmado repetidamente que, ao assumir o cargo, buscará um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia, alegando ter um bom relacionamento com os líderes dos dois países.
Johnson continua a alimentar tensões
A Rússia afirmou que as declarações do ex-primeiro-ministro britânico apenas dificultam qualquer tentativa de encontrar soluções diplomáticas para o conflito.
"Depois de deixar o poder, Johnson continua provocando e inflamando: ele não sabe e não consegue fazer outra coisa", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.
"Este não é o primeiro ano em que o Reino Unido se envolve em atividades antirrussas: cumplicidade em ataques terroristas, fornecimento de dados ao regime de Kiev para ataques direcionados, envio de oficiais de inteligência para coordenar ações de combate e terroristas contra a Rússia, além do fornecimento de armas", acrescentou.