Após meses de hesitação, o governo brasileiro parece ter tomado a decisão de não se juntar à Nova Rota da Seda, megaprojeto liderado pela China, informou o Globo na terça-feira.
Em busca de maior relevância nas cadeias produtivas globais, o Brasil enfrentará "um verdadeiro exercício de malabarismo", causado pela rivalidade entre os EUA e a China, lê-se na publicação.
A vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos acabou sendo o fator decisivo para os opositores ao projeto chinês, que representam a maioria no Itamaraty.
Em setembro, a imprensa chinesa informou que o presidente brasileiro havia sido advertido por embaixadores a esperar o resultado do pleito antes de anunciar a adesão, temendo de que o movimento poderia "complicar as relações com um possível governo Trump em 2025".
''O objetivo é evitar a impressão de que o Brasil está se unindo à China em uma aliança contra os EUA", escreve o SCMP.
A adesão à iniciativa era esperada durante a visita oficial do presidente chinês, Xi Jinping, ao Brasil. A viagem ocorrerá a convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e se estenderá de 17 a 21 de novembro, coincidindo com a participação do mandatário na cúpula do G20 no Rio de Janeiro.
- A Nova Rota da Seda é um projeto de investimentos em infraestrutura e logística de proporções globais lançado pela China em 2013. Ele contempla a construção de uma rede de ferrovias, rodovias, portos marítimos e outros projetos.