Poucas regras e espionagem de detentos: assim é a unidade de “alto perfil” onde P. Diddy está preso

Gene Borrello, um ex-mafioso que esteve preso no centro de detenção onde Diddy está detido, garante que poderia muito bem organizar uma versão clandestina de seus famosos "Freak Offs" lá.

As condições de segurança do Centro de Detenção Metropolitana (MDC, na sigla em inglês) no Brooklyn (Nova York), onde Sean Combs, conhecido artisticamente como P. Diddy, está detido, poderiam permitir que o rapper americano organizasse algum tipo de festa clandestina, como os "Freak Offs", eventos atribuídos a ele e que a promotoria descreve como "shows sexuais".

"Ele poderia fazer isso se quisesse", revelou ao The New York Post, Gene Borrello, um ex-membro da máfia de Nova York que cumpriu pena na mesma unidade de alojamento especial onde Diddy está preso. Além das regras mais flexíveis, diz ele, a unidade oferece menos privacidade e possibilita até mesmo a espionagem de mulheres condenadas. "Se você se deitar, pode olhar pelos buracos e conversar com as mulheres lá embaixo e vê-las", contou.

A esse respeito, a celebridade da Internet Tiffany Fong relatou ao jornal que os presos na unidade de Diddy têm mais liberdade do que os presos em outras partes da prisão. A criadora de conteúdo conhece bem o MDC, pois visitou várias vezes um de seus detentos: Sam Bankman-Fried, cofundador da plataforma global de troca de criptomoedas FTX, que foi condenado em março a 25 anos de prisão por fraude financeira em massa.

"Para pessoas de alto perfil"

"Você os imagina em celas pequenas, mas na verdade eles estão em uma unidade que é montada como um dormitório e projetada para pessoas de alto perfil. O presidente de Honduras [Juan Orlando Hernández] esteve lá", diz Fong. Ela também acrescenta que os chuveiros e banheiros têm apenas uma "cortina fina", o que permite que os outros presos "ouçam muito".

De acordo com Fong, os detentos têm mais hobbies do que se imagina. Eles têm uma academia, jogos de tabuleiro, cartas, pingue-pongue e acesso a tablets sem internet. "Eles podem assistir a filmes, jogar videogame e ouvir música. Aparentemente, há livros, mas são limitados", declarou.

Fong observa que não há horários fixos, mas as luzes se acendem e se apagam cedo. No entanto, Borrello observa que "com o policial certo, você pode passar a noite toda assistindo TV".

Além de Combs e Bankman-Fried, o MDC do Brooklyn já abrigou Ghislaine Maxwell, parceira do falecido criminoso sexual Jeffrey Epstein, o rapper R. Kelly e o ex-secretário de Segurança Pública do México, Genaro Garcia Luna.

"Inferno na terra"

Em setembro passado, após a chegada de Combs à unidade, seus advogados pediram sua libertação, alegando que o local era inadequado para sua prisão preventiva por ser um lugar inseguro, citando a morte de vários detentos. De acordo com um de seus defensores, Marc Agnifilo, embora a unidade em que ele está alojado ofereça um nível adicional de segurança, ela pode tornar angustiante a espera por seu julgamento, marcado para maio de 2025.

A AP afirma que os detentos há muito tempo reclamam de suas condições horríveis, violência desenfreada, várias mortes, tráfico de drogas generalizado e outros problemas. Andrew Dalack, advogado de um detento assassinado, descreveu a MDC como o "inferno na terra".

A penitenciária também foi criticada por sua infraestrutura precária e pela grave falta de pessoal. De acordo com documentos judiciais, em novembro de 2023, ela estava operando com aproximadamente 55% de sua equipe total, o que era exaustivo para os funcionários e aumentava os problemas de insegurança. Além disso, uma análise da AP revelou que pelo menos seis de seus funcionários foram acusados de crimes nos últimos cinco anos. Aceitar subornos ou fornecer drogas, cigarros ou telefones celulares contrabandeados estão entre eles.