O Bitcoin ultrapassou a marca de US$ 89.000 pela primeira vez na segunda-feira. O preço da principal criptomoeda subiu mais de 28% na última semana e quase 11% somente nas últimas 24 horas. Os especialistas acreditam que a alta se deve, em parte, aos recentes acontecimentos políticos nos Estados Unidos e esperam que ela continue a subir na faixa dos seis dígitos.
A semana passada começou com uma ligeira correção: em 4 de novembro, o BTC/USDT caiu 1,35%, para US$ 67.850, em meio à incerteza geral antes das eleições nos EUA e de uma reunião anunciada do Reserva Federal (FED).
Impulso histórico
A situação mudou radicalmente em 5 de novembro, quando os resultados preliminares das eleições foram divulgados, indicando a vitória de Donald Trump. Isso provocou um aumento acentuado no Bitcoin para US$ 75.000 e sua capitalização de mercado aumentou para US$ 2,564 trilhões, com uma participação de mercado de 57,1%.
Posteriormente, a tendência se intensificou após a confirmação da vitória do republicano: o bitcoin subiu 8,94% para US$ 75.571. O crescimento foi sincronizado com o fortalecimento do dólar e o aumento dos índices do mercado de ações.
Outro evento importante do dia foi a decisão do FED de cortar as taxas de juros em 25 pontos-base, para 4,50-4,75%. O regulador destacou o equilíbrio dos riscos para as metas de emprego e inflação, o que foi percebido positivamente pelos mercados.
O impulso do Bitcoin continua e parece que vai continuar. Nas últimas horas, a criptomoeda ultrapassou brevemente a capitalização de mercado da prata, com seus US$ 1,736 trilhão, de acordo com os dados mais recentes da CompaniesMarketCap.
Um "século de ouro" para o bitcoin
Muitos especialistas esperam que o aumento continue, levando em conta que Trump tem sido notavelmente a favor das criptomoedas, a ponto de ter prometido na conferência Bitcoin 2024 transformar os EUA na "criptocapital do planeta".
Até agora, em 2024, o bitcoin subiu mais de 90% devido à forte demanda por fundos negociados em bolsa dos EUA. A esse respeito, o CEO da Binance, Ricard Teng, comentou em uma entrevista ao Financial Times que o retorno de Trump à Casa Branca significa o início de "um século de ouro" para o mercado de criptomoedas.
Fadi Aboualfa, chefe de pesquisa da Copper.co, afirma que a trajetória ascendente pode continuar no próximo ano. "Um bitcoin de US$ 100.000 é bem possível quando o 47º presidente dos EUA se dirigir ao Capitólio para sua posse em 20 de janeiro, com fundos negociados por aproximadamente 1,1 milhão de bitcoins".
Enquanto isso, Vladislav Antonov, analista financeiro da BitRiver, a maior operadora russa de centros de dados para computação com uso intensivo de energia, estima que há um certo cansaço entre os compradores após a alta de mais de 15% desde a eleição, mas tecnicamente o caminho está aberto para o nível psicológico de US$ 100.000, rompendo os níveis de resistência intermediários de US$ 80.000 e US$ 90.000.
No entanto, outros especialistas alertam que as políticas tarifárias de Trump poderiam reacender as pressões inflacionárias, o que poderia pesar sobre os mercados de criptomoedas. "O provável impacto inflacionário das promessas republicanas pode afetar todas as classes de ativos, inclusive o ouro e as criptomoedas. Há uma percepção de que essa maré vermelha pode significar taxas de juros mais altas por mais tempo", afirmou Michael McCarthy, estrategista de mercado e diretor comercial da Moomoo, uma instituição financeira global com sede em Hong Kong.
Próximos eventos
Os principais eventos desta semana serão a divulgação dos dados de inflação dos EUA e os discursos das autoridades do FED. Será dada atenção especial ao índice de preços ao consumidor, que pode afetar as decisões futuras do regulador sobre as taxas.
Outros indicadores importantes serão os dados sobre as vendas no varejo e o mercado de trabalho, que podem ter um impacto significativo sobre a taxa de câmbio do dólar e, consequentemente, sobre a dinâmica do mercado de criptomoedas.
Além disso, os especialistas dizem que a nomeação de candidatos para cargos importantes em várias agências do governo dos EUA pode influenciar os mercados.