O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, admitiu pela primeira vez que os serviços especiais israelenses estavam por trás de uma operação no Líbano em que milhares de pagers e walkie-talkies explodiram, matando dezenas de pessoas e ferindo milhares, informou o jornal The Times of Israel no domingo.
"A operação dos pagers e a tentativa de eliminação de [Hassan] Nasrallah, líder do Hezbollah, foram realizadas apesar da oposição de altos funcionários da defesa e de seus indicados políticos", afirmou Netanyahu durante uma reunião ministerial, conforme citado pelo veículo.
O porta-voz do primeiro-ministro, Omer Dostri, confirmou à AFP que "Netanyahu autorizou a operação dos pagers no Líbano".
As fontes não revelam quem exatamente se opôs à decisão, mas, na semana passada, Netanyahu anunciou a demissão do ministro da Defesa, Yoav Gallant, substituindo-o pelo atual ministro das Relações Exteriores, Israel Katz.
Netanyahu justificou a demissão alegando "quebra de confiança" com Gallant. Segundo ele, diferenças "significativas na condução da guerra", acompanhadas de declarações e ações que contradiziam as decisões do governo e do gabinete. A medida gerou uma onda de protestos em várias cidades de Israel.
Explosões de pagers
Em 17 de setembro, uma série de explosões de pagers nos subúrbios de Beirute e em outras áreas do Líbano matou dezenas e feriu cerca de 3 mil pessoas, entre civis e membros do Hezbollah.
No dia seguinte, centenas de walkie-talkies também explodiram, causando mais mortes e mutilações entre usuários e transeuntes. Em seguida, Israel bombardeou instalações do grupo xiita, com o objetivo de eliminar comandantes e figuras importantes da organização.