As forças policiais holandesas prenderam dezenas de participantes de uma manifestação no centro de Amsterdã no domingo.
A Polícia informou que mais de 50 pessoas foram presas na Praça Dam e em seus arredores, e que 340 pessoas foram realocadas por ordem da promotoria pública.
Ativistas pró-Palestina começaram a se reunir na praça à tarde, apesar da proibição de manifestações na cidade, imposta na sexta-feira e em vigor durante todo o fim de semana, depois de tumultos terem eclodido pela cidade na quinta-feira.
Os participantes gritaram slogans como "Palestina Livre", agitaram bandeiras palestinas e seguraram cartazes em protesto contra as ações da Polícia e a proibição de manifestações.
As prisões e os confrontos começaram após a Polícia lembrar os manifestantes do veto e ordenar que se dispersassem. Os detidos foram levados do local em ônibus.
Posteriormente, as autoridades estenderam a proibição de protestos até 14 de novembro.
Diferentemente dos participantes das brigas de quinta-feira, que eram principalmente jovens muçulmanos de origem marroquina, os manifestantes de domingo eram, em sua maioria, europeus com vínculos com movimentos sociais e políticos radicais de esquerda, informa o Jerusalem Post.
Na noite de quinta-feira, a partida de futebol entre o time israelense Maccabi e o time holandês Ajax terminou em desordem e brigas.
Durante o dia, antes da partida, torcedores do Maccabi, entre os quais militares e, segundo o Jerusalem Post, agentes do Mossad, promoveram – como relata o chefe da Polícia de Amsterdã, Peter Holla – arruaças na capital holandesa, rasgando bandeiras palestinas das fachadas das casas, destruindo táxis, agredindo pessoas e entoando cânticos como "não há mais escolas em Gaza, pois não há mais crianças" em vários lugares de Amsterdã.
O torcedores israelenses foram agredidos depois da partida.
Dezenas de pessoas, algumas usando máscaras, foram flagradas chutando e socando os torcedores do Maccabi. O incidente resultou em dezenas de prisões.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, denunciou o ocorrido como uma repetição da "Noite das Vidraças Quebradas" (a onda de violência e perseguição contra os judeus que ocorreu na Alemanha nazista na noite de 9 para 10 de novembro de 1938).
No retorno a Israel, circularam mais imagens nas redes sociais dos torcedores entoando novamente slogans racistas contra árabes durante a chegada ao aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv, vindos de Amsterdã.
O primeiro-ministro holandês, Dick Schoof, disse aos repórteres na sexta-feira que estava "envergonhado" com os "ataques" aos torcedores israelenses, que chamou de "um terrível ataque antissemita".
Anteriormente, o rei Willem-Alexander condenou veementemente os ataques: "Falhamos com a comunidade judaica na Holanda durante a Segunda Guerra Mundial e ontem à noite falhamos novamente", observou o rei.