Qatar suspende mediação nas negociações do conflito de Gaza

Os esforços nessa área serão renovados se as partes demonstrarem uma "vontade séria" de chegar a um acordo, de acordo com um funcionário do Ministério das Relações Exteriores.

O Catar decidiu suspender seus esforços de mediação entre Israel e o Hamas para pôr fim ao conflito em Gaza, informaram autoridades do país árabe.

Os esforços nessa área serão retomados se as partes demonstrarem uma"vontade séria" de chegar a um acordo, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores.

"O Estado do Catar notificou as partes há 10 dias, durante as últimas tentativas de chegar a um acordo, que interromperia seus esforços de mediação entre o Hamas e Israel se um acordo não fosse alcançado nessa rodada", disse o comunicado do Ministério das Relações Exteriores do Catar.

No entanto, o ministério enfatizou que "o Catar retomará esses esforços com seus parceiros quando as partes demonstrarem disposição e seriedade para acabar com a guerra brutal e o sofrimento contínuo dos civis" em Gaza.

O porta-voz também descreveu alguns relatos da mídia sobre o escritório do Hamas em Doha como"imprecisos", enfatizando que o principal objetivo de sua presença no país é "ser um canal de comunicação entre as partes envolvidas".

A AP, por sua vez, cita uma fonte diplomática dizendo que Israel, o Hamas e os EUA foram notificados após a decisão e que o escritório político do movimento palestino em Doha"não serve mais ao seu propósito" como resultado.

Um alto funcionário do Hamas comentou que o grupo está ciente da decisão do Catar, mas que ninguém pediu a seus representantes que deixassem o país.

O anúncio de Doha foi feito depois que vários relatos da mídia, citando altos funcionários dos EUA, disseram que o Catar havia notificado o Hamas, a pedido dos EUA, para fechar seu escritório diplomático em solo catari.

A notificação marcaria um aumento na pressão sobre o Hamas pelo governo Biden, que está tentando fazer com que o grupo palestino concorde com propostas para a libertação de reféns israelenses antes do final do mandato do presidente democrata.