Embora jornalistas russos estejam sendo impedidos de trabalhar na Europa e nos Estados Unidos, a Rússia ainda conta com "um ponto de apoio" no exterior: a RT, afirmou o presidente Vladimir Putin na quinta-feira, durante uma sessão plenária do XXI Fórum Internacional de Discussões Valdai, na cidade russa de Sochi.
"Não deixam nossos jornalistas trabalharem em lugar nenhum, nem na Europa, nem nos EUA. Bloqueiam tudo e criam muitas dificuldades", comentou Putin sobre os ataques à liberdade de expressão da imprensa russa fora do país.
Segundo o presidente, o jornalista estrangeiro que fez uma pergunta durante o evento deveria se dirigir à editora-chefe da RT, Margarita Simonyan, para saber "o que fazem com ela e seus jornalistas".
"Temos apenas um ponto de apoio lá – a RT. Não temos mais nada", enfatizou Putin. "Mas estão tentando fechá-la [a RT], até dela têm medo", completou o presidente russo.
Sanções contra a RT
Em 2 de março de 2022, a União Europeia proibiu a transmissão da RT em seu território, e atualmente o canal está bloqueado na TV e na internet em países como Estados Unidos e Canadá. Na Áustria, as autoridades implementaram uma multa de 50 mil euros para quem reproduzir conteúdos da RT ou da Sputnik.
Em setembro, os EUA acusaram a RT de ter supostas ligações com os serviços de inteligência russos. Como resultado, foram impostas sanções contra o grupo de mídia Rossiya Segodnya, Eurasia, além de seu fundador Nelli Parutenko, a RT e o jornalista russo Dmitry Kiselev.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, condenou as medidas e qualificou as acusações dos Estados Unidos contra a mídia russa como "xenofobia, racismo e nazismo em sua forma mais pura".