Massad Boulos, um dos representantes de Donald Trump junto aos árabes norte-americanos em sua campanha presidencial, tem vínculos com Suleiman Frangieh, um político ligado ao Hezbollah, conforme informações divulgadas pela mídia.
Boulos, empresário nascido no Líbano que se mudou para o Texas ainda na adolescência, se aproximou recentemente da família Trump após o casamento de seu filho com a filha mais nova do presidente eleito.
Proprietário da Boulos Enterprises, da qual é o atual CEO, o empresário é membro de uma família libanesa rica e tem ligações com importantes partidos cristãos libaneses, como o Movimento Marada e o Movimento Patriótico Livre (FPM), sendo o líder do Marada, o ex-ministro Suleiman Frangieh, descrito por ele como um "amigo".
Frangieh é candidato à presidência do país árabe no pleito em curso. Ele recebeu o apoio do Hezbollah através de Hassan Nasrallah, então secretário-geral do grupo que foi morto em um ataque israelense, conforme apurado pela Reuters.
O Líbano, com sua diversidade religiosa de cristãos, drusos e muçulmanos, possui um cenário político complexo, que permite a colaboração entre grupos de ideologias religiosas distantes, como o Hezbollah e os partidos cristãos, para alcançar seus próprios objetivos políticos.
Papel de Boulos na campanha eleitoral de Trump
A volta de Donald Trump à presidência dos EUA foi impulsionada por diversos fatores, como a alta inflação, preocupações com a imigração e um crescente descontentamento com a política centrada na elite, segundo as mídias.
Entretanto, a frustração com a postura do governo Biden diante do sofrimento dos palestinos e dos civis libaneses sob os ataques israelenses gerou descontentamento entre os eleitores árabe-americanos, especialmente em estados decisivos como Michigan.
Nesse contexto, Boulos teve um papel fundamental ao tentar convencer a comunidade árabe-americana, politicamente influente e insatisfeita com Biden, de que Trump representava uma opção melhor.
O empresário usou suas fortes conexões dentro da comunidade árabe-americana para impulsionar o apoio a Donald Trump entre os eleitores da comunidade e muçulmanos em geral, um grupo demográfico tradicionalmente menos alinhado com o Partido Republicano.