Todos os candidatos endossados por grupo de lobby pró-Israel venceram eleições nos EUA

Apenas nas primárias democratas de Nova York, o grupo liderou uma campanha de US$ 14,5 milhões contra um congressista que pedia por um cessar-fogo na Faixa de Gaza

Os 362 candidatos endossados pelo maior comitê de ação política pró-Israel dos Estados Unidos, o AIPAC, venceram nas eleições americanas, conforme anunciou o comitê em sua conta no X, na quarta-feira.

"Ajudamos nossos aliados a vencer e derrotamos 11 candidatos que são contra Israel", afirmou o AIPAC, destacando que apoiar Israel é "uma política positiva".

Os candidatos endossados foram tanto democratas quanto republicanos, todos conhecidos por seu apoio às políticas de Israel, especialmente em relação à guerra no Oriente Médio. "Estamos mantendo o Congresso dos EUA firme no apoio a Israel", disse o grupo.

O comitê ainda expressou seu "orgulho" em apoiar democratas e republicanos "pró-Israel", reforçando o "apoio bipartidário" à relação entre Washington e Tel Aviv.

O AIPAC, Comitê Americano de Assuntos Públicos de Israel, é um influente grupo de lobby que promove as políticas de Israel junto aos poderes executivo e legislativo dos Estados Unidos. Considerado um dos grupos de lobby mais poderosos do país, mantém uma presença significativa na política americana.

Campanhas de milhões de dólares contra candidatos pró-Palestina 

Em junho deste ano, o jornal New York Times informou que o AIPAC liderou uma campanha histórica de US$ 14,5 milhões contra o congressista Jamaal Bowman nas primárias democratas em Nova York.

Esse valor sem precedentes foi utilizado em anúncios de TV, folhetos e telefonemas para os eleitores, todos atacando Bowman, que considerado de "extrema-esquerda" e foi um dos primeiros a pedir um cessar-fogo na guerra entre Israel e Hamas em Gaza.

Outro caso foi o do ex-congressista John Hostettler, que perdeu as primárias para a Câmara em Indiana, em maio deste ano, resultando na vitória dos grupos pró-Israel que impediram seu retorno a Washington.

O AIPAC atacou Hostettler por não demonstrar apoio suficiente a Israel, especialmente em um momento em que o governo de Benjamin Netanyahu enfrentava críticas crescentes devido à guerra em Gaza.