O ex-presidente do Peru, Ollanta Humala (2011-2016), negou na quarta-feira ter recebido dinheiro do Brasil e da Venezuela para suas campanhas de 2006 e 2011, durante sua intervenção no julgamento que enfrenta por suposto crime de lavagem de dinheiro.
"Rejeitamos a acusação do promotor de que teríamos recebido três milhões de dólares do Partido dos Trabalhadores por meio da Odebrecht e uma quantia não especificada da OAS", afirmou Humala, segundo a imprensa peruana.
Diante do Terceiro Tribunal Penal Nacional Colegiado, o ex-presidente criticou o Ministério Público pela acusação de que ele teria recebido dinheiro ilícito também da Venezuela.
"O Ministério Público não especificou a quantia que, segundo o MP, teria sido trazida ilegalmente para o país. Também não mencionou a participação do presidente Hugo Chávez, nem explicou como o dinheiro teria sido introduzido no Peru", argumentou Humala.
Durante esse julgamento, que teve início em 2022, a Promotoria afirma que Humala teria recebido financiamento irregular das empresas brasileiras Odebrecht e OAS, além de recursos do governo de Hugo Chávez (1999-2013) para promover sua candidatura.
Os promotores pedem 20 anos de prisão para Humala e 26 anos para a ex-primeira-dama, Nadine Heredia, também acusada de lavagem de dinheiro. Ela, por sua vez, optou por não testemunhar.
Com a audiência presencial de quarta-feira em Lima, o julgamento entrou em sua fase final e, de acordo com as mídias locais, a sentença poderá ser proferida até dezembro.