Japão se aproxima de Trump, mas as incertezas são muitas
O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, felicitou Donald Trump pela vitória nas eleições presidenciais e rapidamente se empenhou em estreitar os laços com o presidente-eleito dos EUA, país considerado um parceiro estratégico do Japão.
"Ouvi Trump anunciar sua vitória e gostaria de parabenizá-lo sinceramente", afirmou Ishiba, de acordo com a agência de notícias Kyodo News. Ele também manifestou a esperança de que o governo de Trump seja capaz de levar a relação bilateral a "novos patamares".
Diante da incerteza quanto às políticas que serão adotadas pela nova administração norte-americana, Tóquio tem se esforçado para manter um contato constante, visto que, conforme o porta-voz do governo japonês, os EUA são "o centro das políticas externa e de segurança do Japão".
No país asiático, existe uma crescente preocupação relativa à potencial retirada das tropas dos EUA, ao eventual aumento dos pagamentos pela defesa da ilha e a novas tarifas contra empresas japonesas operando na China.
Assim, o primeiro-ministro já tratou de ter uma conversa telefônica com Trump, durante a qual, segundo a Kyodo News, elogiou a campanha do presidente eleito.
"America first"
Apesar das iniciativas japonesas para assegurar a continuidade da parceria com os Estados Unidos, especialistas e políticos no Japão têm demonstrado apreensão sobre os possíveis efeitos das políticas de Trump para o país.
"Estou preocupado com o fato de que a ênfase em 'America First' possa levar a um retrocesso nos compromissos internacionais", declarou o ex-primeiro-ministro japonês Yoshihiko Noda ao jornal The Japan Times, destacando suas preocupações com o possível isolacionismo dos Estados Unidos.
Ishiba sugeriu que agora cabe ao Japão assegurar que Trump cumpra seus compromissos na Ásia, em meio a um ambiente tenso entre as Coreias e disputas territoriais persistentes.
- Durante a campanha, Donald Trump baseou suas promessas em uma política protecionista, aumento de tarifas para empresas estrangeiras e foco nos problemas internos dos EUA.
- Além disso, o presidente eleito tem reiterado seu desejo de fazer com que os aliados da OTAN assumam maiores responsabilidades financeiras dentro da Aliança.