O consumo de álcool gera enormes custos ao Brasil, resultando, em média, em 12 mortes por hora e gerando despesas totais de R$18,8 bilhões, de acordo com um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) publicado na terça-feira.
A pesquisa se baseia nas estimativas de mortes relacionadas ao álcool feitas pela Organização Mundial da Saúde e abrange o ano de 2019, quando foram registradas 104,8 mil mortes associadas ao consumo de álcool.
"Podemos concluir com o estudo que o consumo de álcool no Brasil tem impactos significativos na saúde e no bem-estar da população e, consequentemente, custa muito caro aos cofres públicos", afirmou Pedro de Paula, diretor-executivo da Vital Strategies, apelando para a adoção de medidas urgentes.
Diferenças por gênero
Os homens representam 86% das vítimas do consumo de álcool, com quase metade das mortes decorrentes de doenças cardiovasculares, acidentes e violência, segundo o estudo.
Por outro lado, a maioria das mulheres, que correspondem a 14% do total de mortes, foram vítimas majoritariamente de doenças cardiovasculares ou câncer.
Custos ao Brasil
O estudo apontou que o consumo de álcool teve um custo estimado de R$1,1 bilhão ao Sistema Único de Saúde (SUS).
A maior parte dos custos (R$17,7 bilhões) foi classificada como "indireta", incluindo perdas de produtividade devido à mortalidade precoce ou à perda de dias de trabalho por internações hospitalares.
A pesquisa ainda destaca que as despesas do SUS com o tratamento de mulheres são significativamente menores que as com homens, refletindo a menor proporção de mulheres entre os consumidores de álcool.
O estudo também sugere que as mulheres costumam cuidar mais da saúde, o que reduz a necessidade de hospitalização e seus custos associados.