Rússia revela objetivo de incursão da Ucrânia na província de Kursk

Uma das metas principais era capturar a usina para provocar um acidente nuclear, contaminando o território russo e espalhando substâncias radioativas pela Europa, afirmou o chefe das Forças de Defesa contra Radiação, Química e Biológica das Forças Armadas da Rússia.

O Ministério da Defesa da Rússia revelou que os militares ucranianos planejavam tomar uma usina nuclear na província de Kursk para provocar um acidente nuclear, contaminando o território russo e espalhando substâncias radioativas pela Europa.

"É importante destacar que um dos principais objetivos da invasão da província de Kursk pelas Forças Armadas ucranianas era a captura da usina nuclear de Kursk", declarou o tenente-general Igor Kirillov, chefe das Forças de Defesa contra Radiação, Química e Biológica das Forças Armadas da Rússia, durante uma coletiva de imprensa nesta terça-feira.

De acordo com Kirillov, o ministério da Defesa da Rússia teve acesso a um relatório do Serviço Estatal de Situações de Emergência da Ucrânia, que foi considerado no planejamento da operação e afirma que apenas a Rússia ficaria sujeita à contaminação radioativa em caso de um acidente.

"A área da usina nuclear de Kursk é influenciada pelos ventos do sul, que transportariam as emissões nas primeiras 12 horas na direção norte, sobre o território da Federação Russa. No território da Ucrânia, não haveria alterações nos níveis de radiação gama", consta no documento.

Kirillov enfatizou, no entanto, que a situação poderia ter se desenrolado de maneira totalmente diferente.

"Considerando diversos fatores, um acidente de grande escala em uma usina nuclear poderia ter espalhado substâncias radioativas por uma vasta área da Europa, como ocorreu após o acidente na usina de Chernobyl", detalhou o tenente-general.

Programa nuclear ucraniano

Ao longo da coletiva, Kirillov também destacou que a operação militar especial russa impediu Kiev de implementar seu próprio programa nuclear:

"Seus principais coordenadores foram o Instituto de Física e Tecnologia de Kharkov, cujos cientistas estavam envolvidos no programa nuclear da URSS, e o Instituto de Pesquisa Nuclear da Academia Nacional de Ciências em Kiev", disse ele.

A esse respeito, Kirilov enfatizou que, "desde 2021, o financiamento para esses institutos aumentou significativamente e o volume total de compras aumentou vinte vezes". "Um aumento tão drástico nos gastos do governo também é uma evidência das tentativas de Kiev de implementar seu programa nuclear", acrescentou.

"Bomba suja"

Embora Kiev atualmente não possua o potencial técnico para desenvolver armas nucleares, as capacidades existentes permitem a criação de uma chamada "bomba suja", disse Kirillov, referindo-se a um dispositivo explosivo que pode dispersar elementos radioativos na área circundante.

"Combustível nuclear usado, fontes radioativas industriais e de calibração podem ser utilizadas para a fabricação de tais dispositivos", explicou ele, lembrando que os militares russos já haviam alertado anteriormente que a Ucrânia se tornou um grande importador de combustível nuclear usado.

O tenente-general também revelou que "as rotas de fornecimento são organizadas através da Polônia e da Romênia, enquanto questões logísticas e financeiras são supervisionadas pessoalmente por Andrei Yermak", chefe de gabinete do líder do regime ucraniano, Vladimir Zelensky.