A Coreia do Sul poderá trilhar um caminho arriscado que compromete seus interesses nacionais caso forneça armas ocidentais à Ucrânia. A advertência foi feita pela representante permanente adjunta da Rússia na ONU, Anna Yevstignyeva, durante uma reunião do Conselho de Segurança realizada na última segunda-feira.
A diplomata russa expressou preocupação de que a Coreia do Sul, um antigo parceiro de Moscou, esteja perdendo sua independência em meio à pressão dos Estados Unidos, o que pode afetar negativamente seus próprios interesses.
"Parece que eles também se envolveram nas perigosas aventuras de Washington para aumentar o fornecimento de armas ocidentais a Kiev, que, no contexto de suas perdas em combate, precisa muito delas", afirmou.
A representante ainda mencionou que a questão da Ucrânia foi um dos principais tópicos em recentes reuniões entre os conselheiros de segurança nacional dos EUA, Japão e Coreia do Sul.
Ela ressaltou que, ao seguir uma política agressiva na península coreana, os Estados Unidos também estão mobilizando seus aliados contra a Rússia.
A diplomata fez um apelo aos líderes sul-coreanos, pedindo que considerem cuidadosamente suas ações e evitem seguir um caminho que, segundo ela, pode ser extremamente arriscado e sem benefícios para Seul.
Yevstignyeva ainda chamou a atenção para pesquisas que mostram que a maioria da população sul-coreana não apoia o envio de armas à Ucrânia, indicando um descompasso entre as decisões do governo e a opinião pública.
- Após a assinatura de um Tratado de Parceria Estratégica entre Rússia e Coreia do Norte em junho, a Coreia do Sul indicou a possibilidade de reavaliar sua posição sobre o envio de suprimentos militares para a Ucrânia, incluindo a possibilidade de enviar armamentos letais.
- Por sua vez, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, advertiu que, se a Coreia do Sul optar por enviar armas para Kiev, a Rússia não hesitará em fornecer armamentos a países aliados.
- No ano passado, o jornal Wall Street Journal revelou que a Coreia do Sul estava envolvida em um esquema de entrega indireta de munição para a Ucrânia, levantando mais preocupações sobre a dinâmica de suas relações internacionais.