Trabalhadores da Boeing encerram greve histórica de sete semanas após aprovação de novo contrato
Os trabalhadores da empresa norte-americana de aviação Boeing Co. votaram pela aceitação de um novo contrato de trabalho, encerrando uma greve que paralisou a produção de aviões comerciais por mais de sete semanas, informou a mídia local na terça-feira.
Entre outros pontos, o acordo prevê um aumento salarial de 38% em quatro anos e contribuições previdenciárias mais elevadas, de acordo com o distrito da Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais, que representa quase 33 mil trabalhadores em greve.
Como parte da negociação, os trabalhadores receberam um bônus de US$ 12 mil pela aceitação do contrato e maiores contribuições para aposentadoria. No entanto, a Boeing não atendeu à exigência de reativar o plano de pensões congelado há quase uma década.
Após três propostas anteriores terem sido rejeitadas pelos trabalhadores, os líderes sindicais alertaram que uma nova recusa colocaria em risco os avanços obtidos em semanas de negociações e que as próximas ofertas da empresa poderiam ser menos vantajosas.
A greve ampliou as dificuldades financeiras da Boeing, resultando em uma perda de receita estimada em cerca de US$ 100 milhões por dia. Hoje, a empresa ainda enfrenta dificuldades para retomar a produção em suas fábricas e auxiliar seus fornecedores a se recuperarem, segundo a Bloomberg.
De acordo com a Boeing, o salário médio anual dos maquinistas, que atualmente é de US$ 75.608, aumentará para US$ 119.309 em quatro anos. Os trabalhadores receberam seus últimos salários em meados de setembro, poucos dias após o início da greve.
Após a votação, os maquinistas devem voltar ao trabalho em 12 de novembro. Nos estados de Washington, Oregon e Califórnia, funcionários horistas poderão começar a retornar às fábricas a partir de quarta-feira.
O presidente dos EUA, Joe Biden, parabenizou a Associação Internacional de Maquinistas e a Boeing por chegarem a um acordo que "reflete o trabalho duro e os sacrifícios de 33 mil trabalhadores do setor de maquinistas'. 'Esse contrato também é importante para o futuro da Boeing como parte fundamental da indústria aeroespacial dos EUA", acrescentou.