Os pais confiam mais na inteligência artificial (IA) do que em médicos ao buscar informações online sobre a saúde de seus filhos, revela um estudo publicado no Journal of Pediatric Psychology por pesquisadores do Lifespan Institute da Universidade de Kansas, nos Estados Unidos.
A pesquisa envolveu 116 pais com idades entre 18 e 65 anos, que analisaram textos sobre saúde, escritos tanto pelo ChatGPT quanto por profissionais da área, sem saber a origem dos conteúdos.
A maioria dos participantes preferiu as informações geradas pela IA.
"Os participantes perceberam poucas diferenças entre os textos elaborados por especialistas e aqueles produzidos pelo ChatGPT. Quando havia distinções estatisticamente significativas, o texto gerado pela IA foi considerado mais confiável, preciso e fidedigno", afirmou Calissa Leslie-Miller, principal autora do estudo e doutoranda em psicologia clínica infantil na Universidade do Kansas, conforme destacado pelo New York Post.
A pesquisadora alertou que a dificuldade em distinguir entre informações de profissionais e da IA é preocupante, uma vez que o ChatGPT "não é um especialista" e pode disseminar desinformação.
"Os resultados indicam que o ChatGPT pode influenciar as decisões sobre medicamentos, sono e dieta", aponta a pesquisa. Ao mesmo tempo, os participantes relataram pouca diferença entre os artigos elaborados por IA e por médicos em relação à "percepção de moralidade, confiabilidade, especialização, precisão e fidedignidade".
Os especialistas enfatizam que a IA não pode substituir médicos, mesmo sendo uma ferramenta mais rápida e econômica. "A imediata conveniência da IA pode ser muito atrativa, especialmente para pais ocupados que buscam respostas a qualquer hora", mas "é aqui que o elemento humano é insubstituível: a atuação de um profissional de saúde qualificado, especialmente um pediatra, assegura que as informações sejam precisas, personalizadas e seguras", destacou Harvey Castro, médico de emergência e especialista em IA no Texas.