Polônia explica recusa em entregar aviões antigos à Ucrânia

O governo polonês afirma precisar dos caças soviéticos para garantir sua própria defesa até receber novos aviões para reposição.

O governo polonês recusou-se a entregar o restante dos caças MiG-29 de origem soviética prometidos à Ucrânia, alegando limitações próprias de capacidade, informou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Polônia, Pawel Wronski, à agência ucraniana Ukrinform.

Wronski explicou que, antes de transferir seus antigos MiG-29 para a Ucrânia, a Polônia precisa receber reposições adequadas dos aliados, pois também se encontra “ameaçada em certo grau” e necessita da frota de MiG-29 para sua defesa.

Ele destacou que a Polônia conta atualmente com apenas 48 caças F-16, número insuficiente para garantir o controle total de seu espaço aéreo, o que motivou a encomenda de mais 32 caças F-35, ainda não entregues.

"Assim que for possível substituir essas dezenas de MiGs, que estão em boas condições técnicas, por outras aeronaves para a Polônia, será possível transferi-los para a Ucrânia", afirmou Wronski.

O porta-voz ainda mencionou que a Polônia já forneceu à Ucrânia diversos veículos blindados, sistemas de artilharia, além do “número máximo” de peças de reposição e componentes para esses aviões. Segundo informações, Varsóvia ainda mantém 14 caças MiG-29 após transferir parte dessa frota à Ucrânia.

Tensões entre Varsóvia e Kiev

As relações entre Varsóvia e Kiev têm se mostrado tensas recentemente. Na quinta-feira, o líder do regime ucraniano, Vladimir Zelenski, criticou a Polônia por se recusar a entregar caças MiG-29 e por não abater mísseis russos sobre o céu da Ucrânia.

Anteriormente, o presidente polonês Andrzej Duda afirmou que Zelenski não havia compartilhado com Varsóvia os anexos secretos de seu "plano de vitória" no conflito com a Rússia. Ele também indicou que Kiev não prioriza a Polônia neste momento, pois já teria entregado todo o armamento "que podia oferecer".