A Rússia se compromete a defender seus "valores tradicionais" e a proteger o "patrimônio cultural e histórico" de seu povo, afirmou o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, durante seu discurso na 16ª Assembleia do Mundo Russo, realizada neste sábado.
Lavrov destacou que essa responsabilidade está alinhada com o conceito de política externa da Rússia, aprovado pelo presidente Vladimir Putin em 2023.
"O amor à pátria, o respeito pelos costumes seculares, a honra à geração mais velha e a educação dos jovens no espírito de continuidade são valores comuns a todos os povos e confissões da Rússia", declarou Lavrov.
Ele acrescentou que "todas as pessoas normais" compreendem que a violação das normas básicas de moralidade e a "permissividade levada ao absurdo" constituem uma ameaça à saúde moral da sociedade.
"Rejeição das suas raízes espirituais"
O chanceler russo observou que a "rejeição voluntária" das raízes espirituais e culturais herdadas pode resultar em uma situação semelhante à da Ucrânia e acusou o regime de Kiev de promover um "extermínio sistemático" de tudo que remete ao mundo russo.
Lavrov também lembrou que o uso do idioma russo foi proibido na Ucrânia "em todas as esferas, desde a educação e a mídia até a vida cotidiana".
Ao comentar a lei sancionada pelo regime ucraniano no final de setembro que baniu a Igreja Ortodoxa Ucraniana canônica, ele criticou a postura do Ocidente, que, segundo ele, "não apenas permanece em silêncio, mas expressa abertamente seu apoio".
Essas ações das autoridades ucranianas "violam gravemente" a Carta da ONU, ressaltou o diplomata. "Seu primeiro artigo afirma que todos os Estados devem respeitar os direitos e as liberdades fundamentais de todos os seres humanos, independentemente de raça, sexo, idioma ou religião", concluiu.