
Quanto valeria hoje "herança" de 32 milhões de Cruzados encontrada em Tocantins?

A "herança" de 32 milhões de cruzados encontrada pelos filhos do falecido Paulo Abreu valeriam cerca de R$ 23,6 milhões caso fosse corrigida pela inflação, informou o G1 nesta sexta-feira.
O cruzado circulou no Brasil entre 1986 e 1989, sendo substituído pelo cruzado novo em 1989 e 1990. Antes da adoção do real, o país utilizou o cruzeiro entre 1990 e 1993, seguido do cruzeiro real entre 1993 e 1994.
Eduardo Araújo, conselheiro do Conselho Federal de Economia (Cofecon) e mestre pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, fez os cálculos a partir do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Atualmente, o dinheiro não possui valor financeiro oficial, e a conta foi feita apenas para fins de comparação.

"Esta atualização foi feita usando o IPCA, que representa o índice oficial de inflação no Brasil e reflete o aumento médio dos preços no período", explicou o conselheiro, acrescentando que o cálculo não inclui qualquer rendimento adicional, como taxas de juros, o que faz com que o valor permaneça "conservador e fiel ao impacto da inflação".
Araújo lembrou ainda que o Brasil passou por diversos planos econômicos, e o valor atualizado representa uma estimativa do que seria necessário atualmente para preservar o poder de compra original daquela soma, corrigida pela variação de preços ao longo dos anos.
Paulo Abreu morreu em 2012, aos 77 anos, em Araguaína, no norte do Tocantins. Segundo relato de um de seus filhos, Waloar Pereira Magalhães, o idoso tinha sido garimpeiro, trabalhou como dentista e se ocupava com a compra e venda de imóveis. O falecido não confiava em bancos e, por mais de 30 anos, guardou as moedas em uma garrafa, enquanto os maços de cédulas estavam armazenados em uma mala.
