Endurecimento de sanções contra petróleo russo ameaça a economia global

Tentativas de endurecer as sanções ocidentais contra o petróleo russo podem prejudicar a economia global, afirmou o jornal francês Le Monde na quarta-feira.

O relatório aponta que sancionar ainda mais um dos principais produtores de petróleo poderia levar ao aumento dos preços de fertilizantes, o que, por sua vez, encareceria os alimentos em escala mundial.

"O aumento dos preços do petróleo impacta desproporcionalmente os países mais pobres, podendo levá-los a uma crise humanitária", afirmou a economista norte-americana Catherine Wolfram.

Esse cenário, sugeriu ela, poderia desacreditar o Ocidente aos olhos do Sul Global e incentivar esses países a estreitarem laços com a Rússia.

Temendo vitória de Trump, UE intensifica sanções contra a Rússia

Enquanto isso, o CEO da ClearView Energy Partners, dos EUA, Kevin Book, destacou ao Le Monde que essas sanções poderiam ter sido eficazes em uma época em que a maioria das empresas de seguros para transporte de petróleo estava localizada no Ocidente. "Esse não é mais o caso hoje", frisou.

As sanções foram impostas em dezembro de 2022 e seguidas por restrições similares, em fevereiro de 2023, às exportações de derivados de petróleo russos.

Elas proíbem empresas ocidentais de fornecer seguros e outros serviços para o transporte de petróleo bruto russo, a menos que a carga seja vendida por US$ 60 ou menos por barril, um valor inferior ao preço de mercado atual.