Lukashenko: "A militarização total do planeta é o pior que poderia acontecer"
O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, afirmou nesta quinta-feira, durante a Conferência Internacional de Minsk de Segurança Eurasiática, que a militarização total da Terra é "a pior coisa que poderia acontecer".
O fórum contou com a presença de cerca de 600 participantes de mais de 40 países, incluindo autoridades governamentais, líderes de organizações internacionais e especialistas de importantes think tanks da região da Eurásia.
"A militarização total do planeta é a pior coisa que poderia acontecer hoje", declarou o líder bielorrusso, ressaltando que "a falta de controles e equilíbrios levou à degradação da segurança em todas as áreas". Ele defendeu que o mundo precisa de "uma conversa honesta e avaliações imparciais dos eventos atuais", além de "medidas ainda mais eficazes para combater os desafios e ameaças modernos".
Lukashenko também abordou a questão da ordem mundial, criticando o colapso da ordem unipolar e a incapacidade dos Estados Unidos de agir como garantidor da segurança global.
"Tudo o que fazem sob a bandeira da democracia e da melhoria do mundo leva ao oposto. Iraque, Síria, Líbia, Afeganistão, países africanos e hoje a Ucrânia são exemplos inegáveis. Esse é o resultado de um mundo unipolar. Não funciona e não poderia funcionar", afirmou o presidente.
"Hoje temos que afirmar que, na realidade, não há mais instrumentos legais internacionais legítimos para formar garantias no campo da segurança militar", disse Lukashenko.
Nesse contexto, ele indicou que é necessário "encontrar uma nova chave para resolver os problemas atuais e criar mecanismos de trabalho para garantir a segurança global", explicando que essa chave está na Eurásia.
O conflito ucraniano
O presidente também convocou a Rússia e a Ucrânia a se reunirem à mesa de negociações sem condições prévias, enfatizando que a resolução pacífica do conflito está sendo dificultada atualmente por uma única pessoa: Vladimir Zelensky.
Lukashenko destacou que "o Ocidente quer limpar sua barra" e não pode deixar a Ucrânia nessa situação, por isso tenta evitar uma repetição do que ocorreu com a retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão.
"O que é perigoso hoje é a escalada do conflito", afirmou o líder de Belarus, observando que Kiev está tentando atrair a OTAN para a disputa porque percebe que não conseguirá combater Moscou sozinha.
Medidas para aliviar as tensões globais
Durante seu discurso, Lukashenko propôs uma série de medidas para reduzir as tensões mundiais:
- Remover as armas nucleares dos EUA do território dos países eurasiáticos.
- Eliminar a prática de impor sanções ilegais sem as decisões do Conselho de Segurança da ONU e criar um mecanismo de garantias internacionais para impedir sua aplicação.
- Desenvolver um novo tratado e mecanismo para estabelecer um regime de controle sobre novas tecnologias letais que podem ameaçar a humanidade, como lasers, armas hipersônicas, sistemas quânticos e eletromagnéticos.
- Adotar um tratado jurídico internacional sobre ataques cibernéticos, incluindo a recusa de usar essas tecnologias contra outros países.