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Chefe da ONU alerta sobre uma "era do caos" enquanto Conselho de Segurança permanece dividido
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O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou nesta quarta-feira que o mundo está entrando em uma "era do caos", enquanto o Conselho de Segurança da ONU permanece fortemente dividido, "devido a fissuras geopolíticas".
Com a guerra em Gaza entrando no seu quinto mês, Guterres disse estar "especialmente alarmado" depois de Israel ter dito na semana passada que pretende concentrar o seu ataque militar na cidade de Rafah, no sul de Gaza, onde mais de um milhão de pessoas procuraram abrigo.
"O nosso mundo está entrando em uma era de caos. E estamos observando o resultado: um perigoso e imprevisível vale-tudo com total impunidade", alerta o secretário-geral da ONU, António Guterres. pic.twitter.com/2c4e8VX2Oq
— RT Brasil (@rtnoticias_br) February 7, 2024
"Tal ação aumentaria exponencialmente o que já é um pesadelo humanitário com consequências regionais incalculáveis", disse Guterres na Assembleia Geral da ONU. "É hora de um cessar-fogo humanitário imediato e da libertação incondicional de todos os reféns", acrescentou.
Guterres ainda apelou a reformas no Conselho de Segurança, que não conseguiu chegar a acordo sobre uma posição conjunta sobre a guerra em Gaza, apesar dos apelos de várias agências da ONU para um cessar-fogo urgente.
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"Perigoso e imprevisível vale-tudo"
O chefe da ONU explicou que não é a primeira vez que o Conselho fica dividido, mas é a "pior". "A disfunção de hoje é mais profunda e perigosa", lamentou.
Guterres acrescentou que, ao contrário do que aconteceu durante a Guerra Fria, quando "mecanismos bem estabelecidos ajudaram a gerir as relações entre superpotências", mas esses mecanismos estão ausentes "no mundo multipolar de hoje", disse.
"O nosso mundo está entrando em uma era de caos. E estmos observando o resultado: um perigoso e imprevisível vale-tudo com total impunidade", alertou.
Além disso, durante o discurso — no qual formulou as prioridades de trabalho para este ano — o secretário-geral da ONU reiterou que a grave crise climática "continua a ser o desafio definidor do nosso tempo" e apelou à humanidade para "fazer as pazes com o planeta", reduzindo as emissões e eliminando gradualmente os combustíveis fósseis.
Ao mesmo tempo destacou várias ameaças, como a falta de regulamentação no campo da inteligência artificial e as desigualdades cada vez mais agudas no mundo, entre outras.