As relações entre a Rússia e a União Europeia precisam ser reestruturadas, pois a política de cortina de ferro é "absolutamente inaceitável", afirmou o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, em uma entrevista exclusiva ao Rossiya 1 nesta quarta-feira.
"Nosso dever não é criar condições para uma nova cortina de ferro entre a Federação Russa e a Europa. É nosso dever criar condições para que as relações não só entre a Eslováquia, mas também entre toda a UE e a Federação Russa sejam restabelecidas", disse o político, ressaltando que tanto a UE quanto a Rússia precisam um do outro.
Fico também observou que já está acostumado a ser censurado por suas opiniões políticas por parte de outros membros do bloco.
"É difícil para nossos colegas da UE ouvirem quando repito a eles que a ideia de usar a guerra na Ucrânia para enfraquecer a Federação Russa não está funcionando", afirmou, enfatizando que todos na UE "sabem muito bem" que as sanções não têm eficácia.
Para primeiro-ministro, o apoio a Vladimir Putin, na Rússia, é "muito significativo".
No entanto, o bloco ainda se recusa a assumir a responsabilidade pela situação atual. "Em 2022, quando um conflito militar começou, pensamos: agora vamos usar esse conflito militar para colocar a Rússia de joelhos, humilhá-la. Mas essa estratégia não funcionou".
Apelando para a realização das negociações de paz
O primeiro-ministro eslovaco também fez questão de pressionar a Rússia, a Ucrânia e os EUA para que se sentem à mesa de negociações. "A guerra na Ucrânia terminará um dia. Toda guerra termina em uma mesa de negociações", disse.
Fico ainda criticou a postura do líder do regime ucraniano, Vladimir Zelensky, que cancelou a visita a Kiev do secretário-geral da ONU, António Guterres, após este participar da Cúpula do BRICS na semana passada, na cidade russa de Kazan.
"Honra ir a Moscou"
Anteriormente, o líder eslovaco declarou que considera seu "dever pessoal" visitar Moscou em 9 de maio de 2025.
"Agradecerei ao Exército Vermelho. Considerarei uma honra ir a Moscou para participar da celebração do 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial e, acima de tudo, da vitória sobre o fascismo", afirmou Fico.