Um grupo de cientistas liderado por antropólogos dos Estados Unidos descobriu um grande assentamento maia até então desconhecido no estado mexicano de Campeche, no sudeste do país, de acordo com os resultados de um estudo publicado na revista Antiquity nesta terça-feira.
"Não encontramos apenas áreas rurais e assentamentos menores. Também encontramos uma grande cidade com pirâmides bem ao lado da única rodovia da região, perto de uma cidade onde as pessoas têm cultivado ativamente entre as ruínas há anos", afirmou Luke Auld-Thomas, autor principal do estudo. Ele destacou ainda que nem o governo nem a comunidade científica tinham conhecimento sobre o local.
Os arqueólogos analisaram dados de LIDAR (Light Detection and Ranging) de uma área completamente inexplorada do mundo maia, revelando 6.674 estruturas maias desconhecidas, incluindo pirâmides semelhantes às dos famosos locais de Chichén Itzá e Tikal.
Como explicou a revista, a tecnologia LIDAR permite aos cientistas examinar grandes extensões de terra diretamente de um escritório, identificando anomalias na paisagem que muitas vezes se revelam como pirâmides, casas e outros elementos da infraestrutura maia.
"Durante muito tempo, nossa amostra da civilização maia era de algumas centenas de quilômetros quadrados no total", detalhou Auld-Thomas, acrescentando que, para mapear essas áreas, os arqueólogos "percorreram meticulosamente cada metro quadrado", desbravando a vegetação com facões para verificar se estavam sobre uma pilha de pedras que poderia ter sido a casa de alguém há 1.500 anos.
A pesquisa com LIDAR é cara, e organizações evitam investir em áreas desconhecidas que poderiam estar desprovidas de vestígios maias. Por isso, uma parte de Campeche permanecia como um ponto em branco nos mapas arqueológicos, segundo o estudo.
Pesquisas futuras se concentrarão no trabalho de campo nos locais recém-descobertos e podem ser fundamentais para ajudar a resolver problemas modernos relacionados ao desenvolvimento urbano.