Israel proíbe agência da ONU para refugiados palestinos de operar no país

Parlamento aprovou uma lei que impede a operação da agência da ONU, enquanto aliados internacionais se manifestam contra a medida.

O Knesset, parlamento de Israel, aprovou na segunda-feira uma lei que proíbe a operação da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA) no país.

O deputado Boaz Bismuth afirmou que a lei aprovada é "um apelo à justiça e um alerta". "A UNRWA não é uma agência de ajuda a refugiados. É uma agência de ajuda ao Hamas", disse, citado pela AP.

Além disso, também foi aprovada outra lei que proíbe ligações entre as autoridades do país e a agência. Ambas as leis entrarão em vigor dentro de 60 a 90 dias após Israel informar a ONU.

Enquanto isso, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu escreveu em sua conta no X que os funcionários da ONU que participam de "atividades terroristas" contra Israel devem ser responsabilizados.

"Como também é essencial evitar uma crise humanitária, a ajuda humanitária sustentada deve continuar disponível em Gaza agora e no futuro", afirmou.

"Estamos prontos para trabalhar com nossos parceiros internacionais para garantir que Israel continue a fornecer ajuda humanitária aos civis de Gaza de uma forma que não ameace a segurança de Israel", acrescentou.

A diretora de comunicações da UNRWA, Juliette Touma, disse que a implementação da legislação seria "um desastre".

"A UNRWA é a maior organização humanitária em Gaza. […] Quem pode fazer seu trabalho?", questionou.

Israel acusa a UNRWA de envolvimento no ataque do Hamas

Israel está tentando classificar a Agência da ONU de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) como "organização terrorista" e vetar suas operações em seu território.

Em discussões no Knesset, a UNRWA foi acusada, com base em um "documento", de estar envolvida nos ataques do Hamas, especificamente o ocorrido em 7 de outubro de 2023.

Segundo o "documento", que se baseia em supostas investigações, a agência teria contribuído com "atos de assassinato e massacre, sequestro de cidadãos israelenses para a Faixa de Gaza, além de fornecer veículos e equipamentos para a ofensiva".