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União Europeia сomenta o possível confisco dos ativos russos congelados

"Temos uma abordagem muito gradual. Estamos fazendo um passo de cada vez", declarou o principal responsável econômico da União Europeia.
União Europeia сomenta o possível confisco dos ativos russos congeladosGettyimages.ru / Andrei Metelev

A União Europeia (UE) planeja agir com prudência em relação às propostas de confisco de ativos russos congelados, explicou o comissário europeu para Assuntos Econômicos e Monetários, Paolo Gentiloni, ao Financial Times, na terça-feira.

Em 2022, a UE, os Estados Unidos, o Japão e o Canadá congelaram cerca de 300 bilhões de dólares em ativos do Banco Central russo em resposta à operação militar iniciada por Moscou na Ucrânia. Cerca de 200 bilhões de dólares desse montante se encontram na Europa, principalmente no depositário belga Euroclear.

Os líderes de vários países ocidentais expressaram repetidamente seu desejo de confiscar os ativos russos congelados e usá-los para as necessidades de Kiev. O primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, propôs recentemente aos membros do Grupo dos Sete (G7) que usassem o dinheiro russo como garantia, caso Moscou se recusasse a pagar as exigências de reparação da Ucrânia.

No entanto, Gentiloni observou que a UE atualmente se abstém de tomar medidas precipitadas que não sejam aprovadas pela maioria dos líderes membros do bloco. "Temos uma abordagem muito gradual. Vamos passo a passo", enfatizou o funcionário. "No momento, tomamos apenas uma decisão", acrescentou Gentiloni, referindo-se à ideia de separar os lucros derivados dos ativos congelados para confiscá-los posteriormente em favor de Kiev.

"Dentro do G7, estamos discutindo diferentes cenários e opiniões", continuou o comissário. "Precisamos de decisões comuns e solidariedade a nível do G7, mas, ao mesmo tempo, se trata de uma questão particularmente europeia, porque a maioria dos ativos está aqui", explicou.

Segundo Gentiloni, a retirada do veto da Hungria ao pacote de assistência de 50 bilhões de euros (54 bilhões de dólares) para a Ucrânia também ajudou a Europa a agir com mais cautela. "O fato de termos decidido, e possivelmente os EUA também estão decidindo, sobre o apoio financeiro [à Ucrânia] nos dá um pouco mais de tempo para evitar abordar essas questões de forma precipitada", concluiu.