Britânicos são incentivados a cortar consumo de carne e leite pela metade
A população britânica deve reduzir o consumo de carne e laticínios em 50%, conforme recomendação do Comitê de Mudanças Climáticas, um órgão independente que assessora o governo.
Segundo o The Telegraph, a entidade acredita que uma alteração na dieta é fundamental para que o Reino Unido alcance a meta de emissões de gases de efeito estufa zero até 2050.
Entre os incentivos econômicos sugeridos estão a diminuição dos subsídios à pecuária, a taxação dos produtos de origem animal e a regulamentação da publicidade de determinados itens.
Em um cenário ideal, a população deveria substituir metade do consumo de produtos de origem animal por alternativas à base de vegetais, afirmou o presidente do comitê, Piers Forster.
Antes de propor a iniciativa, o comitê, que atua no Reino Unido desde 2008, advertia que o país estava longe de cumprir suas metas climáticas para 2030. Em uma carta ao Departamento de Segurança Energética, a entidade destacou: "Estabelecer uma meta não é suficiente. O Reino Unido deve cumprir seus compromissos internacionais com ações internas".
O grupo recomenda que o governo atual defina uma nova meta de redução das emissões de gases de efeito estufa em 81% até 2035, comparado a 1990.
Essa meta representaria uma redução de 200 milhões de toneladas em relação ao nível atual de 384 milhões de toneladas, conforme estimativa do documento.
Reação contrária
O Reino Unido possui cerca de 10 milhões de cabeças de gado bovino e cerca de 32 milhões de ovelhas.
David Handley, agricultor que possui 500 ovelhas e 100 vacas, afirmou ao jornal que "as quantidades de metano produzidas pela agricultura são minúsculas em comparação com as emissões do transporte e de outros setores".
"Mas essas regras e regulamentações estão devastando o setor, assim como a capacidade do Reino Unido de produzir seu próprio alimento", acrescentou Handley.