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ONU: Toda a população do norte de Gaza corre o risco de morrer

As operações militares israelenses em curso na região desrespeitam a humanidade básica e as leis da guerra, afirmou uma funcionária de alto escalão da organização.
ONU: Toda a população do norte de Gaza corre o risco de morrerGettyimages.ru / Mahmoud Issa/Anadolu

Uma funcionária de alto escalão da Organização das Nações Unidas (ONU) enfatizou que as ações das forças israelenses em Gaza não podem continuar durante a guerra contra o Hamas.

Joyce Msuya, subsecretária-geral interina para Assuntos Humanitários e coordenadora de ajuda emergencial da ONU, alertou, em sua conta no X (antigo Twitter), que "toda a população do norte de Gaza corre o risco de morrer".

Segundo Msuya, Israel atacou hospitais na região, deteve profissionais de saúde e obstruiu os esforços dos socorristas para resgatar pessoas soterradas.

"Abrigos foram esvaziados e incendiados [...] famílias foram separadas e homens e meninos foram levados em caminhões", detalhou. Ela ainda afirmou que "esse flagrante desrespeito pela humanidade básica e pelas leis da guerra deve parar".

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, também expressou preocupações semelhantes, apontando a situação "catastrófica" em Gaza e o impacto severo das hostilidades em curso na saúde da população.

"As operações militares intensas que ocorrem ao redor e dentro das instalações de saúde, junto com a escassez crítica de suprimentos médicos e o acesso severamente limitado, estão privando as pessoas de cuidados que salvam vidas", escreveu Ghebreyesus no X no sábado.

Ele destacou que o Hospital Kamal Adwan, localizado na cidade de Jabalia, uma das poucas unidades de saúde ainda operando no norte de Gaza, foi gravemente afetado, com um número reduzido de funcionários atendendo quase 200 pacientes após a detenção de 44 homens.

Na semana passada, o Ministério da Saúde de Gaza denunciou que as Forças de Defesa de Israel (FDI) invadiram o hospital, detendo centenas de funcionários, pacientes e pessoas deslocadas.

As FDI alegaram que estavam atuando na instalação com base em "informações de inteligência sobre a presença de terroristas e infraestrutura terrorista na área".