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Pequeno besouro reacende debates sobre a teoria da evolução de Darwin

Pequeno besouro reacende debates sobre a teoria da evolução de DarwinGettyimages.ru / NurPhoto

Os pequenos besouros Loricera, sobreviventes do asteroide que dizimou os dinossauros e reestruturou a vida na Terra 66 milhões de anos atrás, reacenderam os debates em torno da teoria evolutiva de Charles Darwin.

Isso porque os cientistas encontraram um espécime do besouro com 100 milhões de anos de existência. E ele é idêntico ao seus homólogos da contemporaneidade, em tamanho, forma e hábitos alimentares, de acordo com dois estudos recentemente realizados por vários pesquisadores chineses e seus colaboradores internacionais.

As descobertas se mostram particularmente intrigantes se considerado que a espécie permaneceu em um estado cientificamente conhecido como "paralisia evolutiva" mesmo diante de um evento tão significativo como o asteroide da extinção do Cretáceo-Paleogeno, que forçou as espécies restantes a se adaptarem ao ambiente transformado. 

"Ao longo de 100 milhões de anos, seria de se esperar que as mudanças nas pressões de seleção levassem a mudanças nas estruturas biológicas. Mas nem sempre é esse o caso, como vemos com esse besouro", disse Robert Shedinger, professor de religião na Faculdade Luther, dos EUA, citado em um artigo do South China Morning Post.

Cai Chenyang, pesquisador do Instituto de Geologia e Paleontologia de Nanjing da Academia Chinesa de Ciências e coordenador da pesquisa em questão, prestou esclarecimentos relativos à paralisia evolutiva do pequeno besouro.

Ele sugere que insetos e organismos menores são menos suscetíveis à seleção natural do que espécies herbívoras e carnívoras, que estavam mais propensas a serem afetas pelas mudanças ao seu redor. Nesse contexto, os besouros Loricera poderiam ter sobrevivido graças a abundância de colêmbolos, que "serviriam como uma fonte de alimento confiável ao longo da história geológica".

"Quando as pessoas pensam na evolução darwiniana, elas geralmente imaginam organismos em constante evolução e mudança. Entretanto, a estrutura científica de Darwin também reconheceu a possibilidade de estase evolutiva, à qual ele se referiu como 'fósseis vivos'", explicou Cai.