Partido governista lidera as eleições parlamentares na Geórgia

O povo da Geórgia foi às urnas no sábado para eleger 150 legisladores de 18 partidos.

Com 53,028% dos votos, o Sonho Georgiano (partido governista da Geórgia) lidera as eleições parlamentares do país do Cáucaso, de acordo com uma contagem preliminar dos resultados. As principais coalizões de oposição ficaram para trás, ficando muito aquém da metade dos votos.

A Coalizão pela Mudança obteve 11,185% dos votos e o Movimento de Unidade Nacional ficou em terceiro lugar, com 9,852%, enquanto a Geórgia Forte ficou em quarto lugar (9,011%). De acordo com a contagem das cédulas em mais de 97% das seções eleitorais, a oposição tem agora mais de 38% dos votos.

O que está em jogo?

Para muitos, o principal eixo da eleição reside em uma decisão crucial: se o futuro do país cáucaso está na União Europeia ou em um caminho de independência. Contra a legenda governista, que defende relações amistosas com a Rússia, figuram vários partidos de oposição, que buscam a adesão ao bloco europeu e promovem valores ocidentais.

Se os quatro principais partidos de oposição obtiverem coletivamente mais de 50% do voto popular, eles poderão influenciar a formação do governo.

Dia de eleição

O povo georgiano foi às urnas neste sábado para eleger 150 legisladores de 18 partidos. 

As autoridades eleitorais anularam os resultados em uma seção na cidade de Marneuli, onde um homem cometeu fraude ao colocar um grande número de cédulas de votação na urna. Fora isso, a votação ocorreu conforme descrito pelo presidente da Comissão Eleitoral Central do país, Georgy Kalandrashvili: "Em uma atmosfera pacífica e livre".

Antes da divulgação dos resultados preliminares, tanto o partido governista da Geórgia quanto a oposição falaram de sua própria vitória. "A Geórgia Europeia venceu com 52%, apesar das tentativas de manipulação das eleições e sem os votos da diáspora", declarou a presidente Salome Zourabichvili.

A oposição, apoiada pelo presidente da Geórgia, critica o partido no poder por melhorar as relações com Moscou, e também pela aprovação de uma lei sobre agentes estrangeiros e outra proibindo a propaganda LGBT*. As medidas levaram à suspensão da adesão da Geórgia à UE.

Por sua vez, Zurabishvili prometeu trazer o país de volta ao "caminho europeu". Em setembro, ele anunciou planos de concorrer a um segundo mandato presidencial.

Enquanto isso, a imprensa local relata o envio de forças especiais para o pátio da sede do governo da Geórgia, no centro da capital, Tbilisi. Circulam fotos nas mídias sociais mostrando dez ônibus que costumam ser usados para transportar as unidades durante os protestos.

Além disso, o parlamento do país tem denunciado repetidamente que as eleições estão ocorrendo em meio à pressão das intervenções ocidentais no processo pré-eleitoral.

*O movimento internacional LGBT é classificado como uma organização extremista no território da Rússia e proibido no país.