Desembargadores suspeitos de corrupção recebiam supersalários de até R$ 200 mil
Os cinco desembargadores afastados do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), como resultado de uma operação da Polícia Federal, ganhavam supersalários que chegavam até R$ 200 mil líquidos ao mês, informou o G1 na quinta-feira.
O salário base dos desembargadores no estado gira em torno de R$ 40 mil, mas há adicionais e "vantagens pessoais/eventuais" que elevam os rendimentos.
Os supersalários
Segundo fontes do TJMS citadas pelo G1, os salários líquidos dos desembargadores investigados em setembro foram:
- R$ 100.556,86 de Marcos José de Brito Rodrigues
- R$ 90.048,68 do o presidente do TJMS, Sérgio Fernandes Martins
- R$ 67.603,77 de Alexandre Aguiar Bastos
- R$ 61.927,16 de Sideni Soncini Pimentel
- R$ 51.997,74 de Vladimir Abreu da Silva
Os “supersalários” dos desembargadores foram registrados ao longo de todo este ano: em fevereiro, por exemplo, Marcos José de Brito Rodrigues recebeu R$ 209 mil; em agosto, Alexandre Aguiar Bastos recebeu R$ 153 mil, enquanto o salário do presidente do TJMS, Sérgio Fernandes Martins, alcançou R$ 134 mil no mesmo mês.
Operação Ultima Ratio
Na quinta-feira, a Polícia Federal deflagrou a Operação Ultima Ratio, após três anos de investigações, resultando no afastamento dos cinco desembargadores sob suspeita de venda de sentenças.
Entre os alvos da operação, o governo destacou a investigação de "possíveis crimes de corrupção relacionados à venda de sentenças, lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e falsificação de escrituras públicas no Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul".