Nesta quinta-feira, durante sua coletiva de imprensa no contexto da XVI Cúpula do BRICS, na cidade russa de Kazan, o presidente Vladimir Putin respondeu à pergunta de uma jornalista da Rede Globo, que indagou se a Venezuela poderia ingressar na organização "contra a vontade do Brasil".
"Conhecemos a posição do Brasil. Não temos a mesma posição em relação à Venezuela", afirmou o líder russo. Ele observou, no entanto, que a admissão do país bolivariano, que está "lutando pela sua independência e soberania", "só é possível por consenso".
Nesse contexto, o mandatário russo manifestou sua convicção de que o presidente Nicolás Maduro "venceu honestamente" a eleição presidencial realizada em julho, acrescentando que Moscou deseja êxitos ao seu governo e ao povo do venezuelano.
"Qualquer homem pode sair por aí, olhar para os céus e declarar ser qualquer coisa, inclusive Papa", afirmou, em aparente menção ao candidato de oposição, Edmundo González. "Mas não funciona desse jeito, e não pode ser desse jeito. Existem certos protocolos de natureza eleitoral. Ir às urnas e vencer. Nós acreditamos nisso", acrescentou.
Anteriormente, Celso Amorim, assessor especial do presidente Lula para assuntos internacionais, havia dito ser contrário ao ingresso da Venezuela no BRICS:
"Eu não defendo a entrada da Venezuela. Acho que tem que ir devagar. Não adianta encher de países, senão, daqui a pouco, cria-se um novo G-77", afirmou em uma entrevista. "A entrada de novos países tem que ser muito bem estudada (...). É preciso lembrar que o mundo vive guerras com potencial de escalarem para conflitos globais. O critério de admissão é mais importante do que o país em si".