O Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, discursa nesta quinta-feira nas sessões plenárias no formato BRICS Plus/Outreach, das quais participaram representantes de cerca de 40 países. As reuniões estão ocorrendo no âmbito da XVI Cúpula do BRICS na cidade russa de Kazan.
O BRICS não é somente uma sigla, já que "por trás dessas cinco letras há uma realidade palpável construída ao longo de décadas de esforços por um mundo mais equânime", declarou o chanceler brasileiro no ínicio do seu discurso.
O BRICS tem laços históricos fortes com os que lutaram por uma Nova Ordem Econômica Internacional e desenvolvimento sustentavel, declarou Vieira, lembrando o Movimento Não-Alinhado e G77, grupo dos países do Sul Global.
Ao mesmo tempo, ele sublinhou que hoje são os países do BRICS que representam "vetores dinâmicos" do crescimento econômico do mundo, como também "a força positiva para a paz".
Prioridades globais
Entre as prioridades do desenvolvimento global, o Brasil vê hoje a inclusão social, o enfrentamento da mudança do clima e a reforma da governança global, afirmou Vieira.
Ele também se focou no tema do combate ao fome e pobreza, que há muitos anos tem sido um pilar da política brasileira.
Assim, o chanceler brasileiro convidou todos os países representandos na reunião a se juntarem à Aliança Global contra Fome e a Pobreza visando "mobilizar recursos para a implementação de polícias de eficácia comprovada contra esses flagelos".
Além disso, Vieira apelou aos BRICS para juntar esforços paraconseguir acompanhar a transição energética e digital, como também fazer frente ao aquecimento global.
"Não podemos nos limitar à posição de meros fornecedores de recursos naturais, reproduzindo a lógica extrativista de séculos atrás", declarou ele, acrescentando que era tampouco aceitável assumir "a condição de expectadores da evolução da Inteligência Artificial".
Da mesma forma, Vieira destacou a necessidade da reforma de governança global, que será um dos temas na pauta da presidência do Brasil no G20 desse ano. Segundo ele, o Brasil pretende convocar uma Conferência de Revisão da Carta da ONU para promover a reforma da organização internacional.