Celso Amorim diz "não defender" entrada da Venezuela no BRICS

Para o diplomata, a expansão do grupo deve ser "devagar", priorizando a contribuição estratégica dos países.

O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, afirmou na segunda-feira, em entrevista exclusiva à CNN Brasil, que "não defende" a entrada da Venezuela no grupo dos BRICS.

De acordo com Amorim, a ampliação do grupo deve incluir países com perfis capazes de contribuir em um mundo "polarizado e multipolar", estrategicamente, levando-se em conta as tensões políticas e militares que o mundo enfrenta atualmente.

"Eu não defendo a entrada da Venezuela. Acho que tem que ir devagar. Não adianta encher de países, senão, daqui a pouco, cria-se um novo G-77", disse Amorim à emissora.

"A entrada de novos países tem que ser muito bem estudada [...]. É preciso lembrar que o mundo vive guerras com potencial de escalarem para conflitos globais. O critério de admissão é mais importante do que o país em si", afirmou.

Diplomatas envolvidos nas negociações informaram que o Brasil ainda avalia sua posição oficial em relação à adesão da Venezuela ao bloco. O tema será discutido nesta semana durante a Cúpula dos BRICS, em Kazan, na Rússia.